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Amigo tentou evitar crime
em Belo Horizonte
Momentos antes do crime, Stênio Abrahim enviou uma carta ao
amigo Edson Pascoal Marcolino,
avisando que iria se suicidar.
Marcolino foi um dos primeiros
a chegar ao apartamento, cerca de
uma hora após receber a carta,
mas o crime já tinha acontecido.
A reportagem da Agência Folha
telefonou ontem para sua casa, em
Belo Horizonte, mas uma de suas
filhas disse que ele estava sob efeito
de sedativos desde anteontem.
Segundo Estelita Palhares, amiga
da família, Abrahim o considerava
como ``pai adotivo''. A filha de
Marcolino, que não quis se identificar, disse que ``ele é o pai que
Abrahim nunca teve''.
A carta está sendo mantida em
sigilo pelo delegado Otto Teixeira,
que chefia a Divisão de Homicídios. ``Não vamos comentar o
conteúdo da carta'', disse.
Segundo relatório do detetive
Paulo Lacerda, do Departamento
de Investigações, a carta tem dez
laudas e revela os problemas financeiros de Abrahim.
Além da carta, o envelope continha um bilhete e quatro cheques
pré-datados com valores que variam de R$ 67,72 a R$ 754,00.
O bilhete diz que os cheques são
de clientes dos serviços que Abrahim prestava e que deviam ser depositados. A portadora da carta foi
a empregada Maria das Graças
Castro Soares da Silva. Ela disse à
polícia que saiu do apartamento
por volta de 17h20, com a ordem
de seu patrão de só entregá-la pessoalmente a Marcolino.
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