São Paulo, sexta, 7 de fevereiro de 1997.

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Amigo tentou evitar crime

em Belo Horizonte

Momentos antes do crime, Stênio Abrahim enviou uma carta ao amigo Edson Pascoal Marcolino, avisando que iria se suicidar.
Marcolino foi um dos primeiros a chegar ao apartamento, cerca de uma hora após receber a carta, mas o crime já tinha acontecido.
A reportagem da Agência Folha telefonou ontem para sua casa, em Belo Horizonte, mas uma de suas filhas disse que ele estava sob efeito de sedativos desde anteontem.
Segundo Estelita Palhares, amiga da família, Abrahim o considerava como ``pai adotivo''. A filha de Marcolino, que não quis se identificar, disse que ``ele é o pai que Abrahim nunca teve''.
A carta está sendo mantida em sigilo pelo delegado Otto Teixeira, que chefia a Divisão de Homicídios. ``Não vamos comentar o conteúdo da carta'', disse.
Segundo relatório do detetive Paulo Lacerda, do Departamento de Investigações, a carta tem dez laudas e revela os problemas financeiros de Abrahim.
Além da carta, o envelope continha um bilhete e quatro cheques pré-datados com valores que variam de R$ 67,72 a R$ 754,00.
O bilhete diz que os cheques são de clientes dos serviços que Abrahim prestava e que deviam ser depositados. A portadora da carta foi a empregada Maria das Graças Castro Soares da Silva. Ela disse à polícia que saiu do apartamento por volta de 17h20, com a ordem de seu patrão de só entregá-la pessoalmente a Marcolino.

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