São Paulo, #!L#Segunda-feira, 07 de Fevereiro de 2000


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Miséria leva à prostituição diz pesquisa

da Agência Folha, em Rio Branco

Um levantamento feito pela Secretaria da Cidadania, do Trabalho e Assistência Social do Acre, órgão estadual, mostra que pelo menos 105 crianças e adolescentes dos 11 maiores municípios do Estado se prostituem. O Acre tem 22 cidades.
De acordo com a pesquisa, os principais motivos que levam os menores para a prostituição são a miséria, a falta de oportunidades e o estupro (veja quadro ao lado).
Mais da metade dos entrevistados (54,3%) tem entre 15 e 17 anos, segundo o levantamento.
O índice é alto também (39,9%) entre aqueles que têm entre 12 e 14 anos.
Os municípios com maior concentração urbana são os que mais abrigam crianças e adolescentes que vivem da prostituição, de acordo com o levantamento do governo do Acre.
Na capital Rio Branco, foram encontradas 54 pessoas que afirmaram fazer programas.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Juliana Paula Miranda, foi preciso muita paciência para o levantamento dos dados sobre prostituição infantil.
"As crianças resistem muito antes de começar a falar. Elas têm medo de que alguma coisa de ruim possa acontecer", afirmou a coordenadora.
O levantamento também apresenta um perfil dos usuários da prostituição infantil. Eles são do sexo masculino e têm idade média de 30 anos.
Um concurso público selecionou, em novembro do ano passado, 20 pessoas para trabalharem como monitores em uma segunda fase do projeto intitulado "Depende de Nós".
Os monitores estão treinados para dar palestras, orientar e formar multiplicadores - pessoas que continuem com o projeto nos municípios- para agirem contra a prostituição infantil.
Em 11 cidades foram montados comitês, formados por representantes de várias esferas da sociedade local.
O grupo fiscaliza, denuncia e procura alternativas para afastar as crianças e adolescentes da prostituição.
"Nós vamos acabar com a prostituição infantil no Estado e tirar esse quadro feio da nossa parede", disse Cleber Peres, secretário da Cidadania, do Trabalho e Assistência Social.
Foi aplicada uma verba de R$ 100 mil nas duas fases do projeto -pesquisa de campo e formação de monitores.
Parte do dinheiro foi liberada por meio de convênios com o governo federal. (JAIRO MARQUES)




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