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Miséria leva
à prostituição
diz pesquisa
da Agência Folha, em Rio Branco
Um levantamento feito pela Secretaria da Cidadania, do Trabalho e Assistência Social do Acre,
órgão estadual, mostra que pelo
menos 105 crianças e adolescentes dos 11 maiores municípios do
Estado se prostituem. O Acre tem
22 cidades.
De acordo com a pesquisa, os
principais motivos que levam os
menores para a prostituição são a
miséria, a falta de oportunidades
e o estupro (veja quadro ao lado).
Mais da metade dos entrevistados (54,3%) tem entre 15 e 17
anos, segundo o levantamento.
O índice é alto também (39,9%)
entre aqueles que têm entre 12 e 14
anos.
Os municípios com maior concentração urbana são os que mais
abrigam crianças e adolescentes
que vivem da prostituição, de
acordo com o levantamento do
governo do Acre.
Na capital Rio Branco, foram
encontradas 54 pessoas que afirmaram fazer programas.
Segundo a coordenadora da
pesquisa, Juliana Paula Miranda,
foi preciso muita paciência para o
levantamento dos dados sobre
prostituição infantil.
"As crianças resistem muito antes de começar a falar. Elas têm
medo de que alguma coisa de
ruim possa acontecer", afirmou a
coordenadora.
O levantamento também apresenta um perfil dos usuários da
prostituição infantil. Eles são do
sexo masculino e têm idade média de 30 anos.
Um concurso público selecionou, em novembro do ano passado, 20 pessoas para trabalharem
como monitores em uma segunda fase do projeto intitulado "Depende de Nós".
Os monitores estão treinados
para dar palestras, orientar e formar multiplicadores - pessoas
que continuem com o projeto nos
municípios- para agirem contra
a prostituição infantil.
Em 11 cidades foram montados
comitês, formados por representantes de várias esferas da sociedade local.
O grupo fiscaliza, denuncia e
procura alternativas para afastar
as crianças e adolescentes da
prostituição.
"Nós vamos acabar com a prostituição infantil no Estado e tirar
esse quadro feio da nossa parede", disse Cleber Peres, secretário
da Cidadania, do Trabalho e Assistência Social.
Foi aplicada uma verba de R$
100 mil nas duas fases do projeto
-pesquisa de campo e formação
de monitores.
Parte do dinheiro foi liberada
por meio de convênios com o governo federal.
(JAIRO MARQUES)
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