São Paulo, #!L#Segunda-feira, 07 de Fevereiro de 2000


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EDUCAÇÃO
Editoras lançam os livros "3 em 1" para ensino médio

ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local

Seis editoras lançam neste mês as chamadas coleções populares de livros didáticos, impressos em volume único, voltados para o ensino médio.
São livros mais baratos, disponíveis em todas as disciplinas, que acumulam o conteúdo das três séries do antigo segundo grau num só título.
O preço do livro "três em um" é quase o mesmo (em alguns casos, até inferior) do valor pago por apenas um dos volumes das coleções tradicionais.
Há ainda a vantagem de o aluno do ensino médio não precisar renovar a estante a cada ano.
O presidente da Abrelivros (Associação Brasileira dos Editores de Livros Didáticos), que reúne 26 empresas no país e 94% da produção editorial, Wander Soares, afirma que o novo produto, por ser mais barato, será uma boa alternativa para os consumidores de menor poder aquisitivo.
Dados da entidade mostram que se o primeiro volume de um livro de biologia tem 20 mil cópias, o livro da segunda série terá 12 mil e o da terceira, apenas 8 mil (40% do total da tiragem inicial).

Desvantagem
A desvantagem do lançamento é que a quantidade de informações desses livros foi reduzida. O número de páginas da edição popular é menor do que o das três unidades somadas.
Na editora Moderna, por exemplo, o volume único de Matemática (R$ 21,90) tem 472 páginas, contra uma média de 450 páginas de um só exemplar da coleção tradicional (R$ 39).
A coleção "Base" da Moderna tem ainda livros de português, física, química, biologia e história. Também abrangem essas disciplinas os livros populares das editoras Ibep e Saraiva (coleções sem nome específico), Ática (série "Novo Ensino Médio"), FTD (série "Compacta") e Scipione (série "Novos Tempos").
"O conteúdo é menos aprofundado pois a carga horária nas escolas públicas é menor. Mas atendemos a todas as exigências curriculares do Ministério da Educação", afirma o diretor da Moderna Marcos da Veiga Pereira.
Para condensar os três anos do ensino médio, as editoras adotaram uma nova diagramação, aproveitando mais os espaços entre as teorias. O número de exercícios também foi reduzido.
Os preços baixos dos populares vêm da economia no processo de produção (uso de banco de imagens próprio, redução do direito autoral, menos cores e só uma encadernação).
O diretor editorial da Ática, Alfredo do Amaral Chianca, diz que essas técnicas de barateamento podem sinalizar a queda nos preços dos livros didáticos.
"Há professores que não têm coragem de indicar um livro ao aluno porque sabem que ele não terá como comprar", diz Chianca.
O presidente da Abrelivros acredita que ainda haverá o mercado de quem prefere uma edição mais requintada, inclusive com recursos de multimídia.


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