|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Editoras lançam os livros
"3 em 1" para ensino médio
ADRIANA SOUZA SILVA
da Reportagem Local
Seis editoras lançam neste mês
as chamadas coleções populares
de livros didáticos, impressos em
volume único, voltados para o ensino médio.
São livros mais baratos, disponíveis em todas as disciplinas, que
acumulam o conteúdo das três séries do antigo segundo grau num
só título.
O preço do livro "três em um" é
quase o mesmo (em alguns casos,
até inferior) do valor pago por
apenas um dos volumes das coleções tradicionais.
Há ainda a vantagem de o aluno
do ensino médio não precisar renovar a estante a cada ano.
O presidente da Abrelivros (Associação Brasileira dos Editores
de Livros Didáticos), que reúne 26
empresas no país e 94% da produção editorial, Wander Soares, afirma que o novo produto, por ser
mais barato, será uma boa alternativa para os consumidores de
menor poder aquisitivo.
Dados da entidade mostram
que se o primeiro volume de um
livro de biologia tem 20 mil cópias, o livro da segunda série terá
12 mil e o da terceira, apenas 8 mil
(40% do total da tiragem inicial).
Desvantagem
A desvantagem do lançamento
é que a quantidade de informações desses livros foi reduzida. O
número de páginas da edição popular é menor do que o das três
unidades somadas.
Na editora Moderna, por exemplo, o volume único de Matemática (R$ 21,90) tem 472 páginas,
contra uma média de 450 páginas
de um só exemplar da coleção tradicional (R$ 39).
A coleção "Base" da Moderna
tem ainda livros de português, física, química, biologia e história.
Também abrangem essas disciplinas os livros populares das editoras Ibep e Saraiva (coleções sem
nome específico), Ática (série
"Novo Ensino Médio"), FTD (série "Compacta") e Scipione (série
"Novos Tempos").
"O conteúdo é menos aprofundado pois a carga horária nas escolas públicas é menor. Mas atendemos a todas as exigências curriculares do Ministério da Educação", afirma o diretor da Moderna Marcos da Veiga Pereira.
Para condensar os três anos do
ensino médio, as editoras adotaram uma nova diagramação,
aproveitando mais os espaços entre as teorias. O número de exercícios também foi reduzido.
Os preços baixos dos populares
vêm da economia no processo de
produção (uso de banco de imagens próprio, redução do direito
autoral, menos cores e só uma encadernação).
O diretor editorial da Ática, Alfredo do Amaral Chianca, diz que
essas técnicas de barateamento
podem sinalizar a queda nos preços dos livros didáticos.
"Há professores que não têm
coragem de indicar um livro ao
aluno porque sabem que ele não
terá como comprar", diz Chianca.
O presidente da Abrelivros
acredita que ainda haverá o mercado de quem prefere uma edição
mais requintada, inclusive com
recursos de multimídia.
Texto Anterior: Para governador, fiscalização de fronteira é "frouxa' Próximo Texto: Ministério ainda não avaliou conteúdo pedagógico Índice
|