São Paulo, #!L#Segunda-feira, 07 de Fevereiro de 2000


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CONSUMO
Mudança exige documentação detalhada

EUNICE NUNES
especial para a Folha

Casa nova, escolha de móveis e acessórios para deixá-la acolhedora e, finalmente, a mudança. Trabalhosa, ela exige atenção com a papelada.
Algumas medidas simples podem reduzir os danos e o desgaste provocado por uma mudança malsucedida.
Documente-se. Tudo o que for acertado verbalmente com o transportador deve constar de contrato escrito. E, sobretudo, não se esqueça de fazer uma lista de tudo o que será levado.
Essa lista deve ser conferida e assinada por um representante do transportador e anexada ao contrato.
Se houver problemas com a mudança, o consumidor terá provas a seu favor. Como está tudo documentado , fica mais fácil pedir o ressarcimento dos prejuízos.
"Há mudanças que viram caso de polícia. As coisas somem e o transportador também. Daí também a importância de pedir referências da empresa que se pretende contratar ao Procon,", alerta Selma do Amaral, técnica da Fundação Procon de São Paulo.
Mesmo tomando cuidado e escolhendo uma empresa há 16 anos no mercado, Maria Augusta Ramalho Di Grassi, 49, passou por uma péssima experiência.
Ela contratou a Giulian Mudanças e Transportes Ltda. Parte da mobília ia para um guarda-móveis, para ser depois enviada para a casa de campo da família.
"Deu tudo errado. Eles não cumpriram o horário, não mandaram embalagens nem funcionários suficientes. E a mudança só se completou quatro dias depois, com peças quebradas, móveis lascados, sofá sujo. Um horror", diz.
Ela conta que, naqueles quatro dias, teve de ficar com o marido e os três filhos num flat, pois não dava para ficar em casa.
"Os móveis ficaram todos jogados dentro de casa e no corredor do prédio. Minha filha é diabética e preciso da geladeira para guardar insulina. Mas a geladeira foi largada, desmontada, sem portas, na área de serviço", recorda.
Ela relata que embalaram calças de seu marido junto com material de limpeza, deixando-as manchadas de água sanitária. "E ainda beberam litros de vinho e largaram as garrafas vazias na embalagem."
Em contato com a empresa, Maria Augusta recebeu a visita de um representante que constatou os problemas. Alguns reparos foram feitos, mas grande parte ainda aguarda solução. Após três meses de espera, Maria Augusta procurou o Procon.
Júlio César Giglio, gerente da Giulian em São Paulo, afirma que parte dos problemas com a mudança de Maria Augusta aconteceram porque o apartamento estava em reforma e informa que designou uma pessoa para tentar solucionar o caso.
Maria Augusta disse que o apartamento não estava em reforma. "Ela pode pedir indenização por dano material e moral. O material, pelas coisas que se estragaram na mudança e pelo que gastou no flat. E o moral, pelo transtorno emocional", informa Edgard Fiore, advogado civilista.


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