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CONSUMO
Mudança exige documentação detalhada
EUNICE NUNES
especial para a Folha
Casa nova, escolha de móveis e
acessórios para deixá-la acolhedora e, finalmente, a mudança.
Trabalhosa, ela exige atenção com
a papelada.
Algumas medidas simples podem reduzir os danos e o desgaste
provocado por uma mudança
malsucedida.
Documente-se. Tudo o que for
acertado verbalmente com o
transportador deve constar de
contrato escrito. E, sobretudo,
não se esqueça de fazer uma lista
de tudo o que será levado.
Essa lista deve ser conferida e
assinada por um representante
do transportador e anexada ao
contrato.
Se houver problemas com a
mudança, o consumidor terá provas a seu favor. Como está tudo
documentado , fica mais fácil pedir o ressarcimento dos prejuízos.
"Há mudanças que viram caso
de polícia. As coisas somem e o
transportador também. Daí também a importância de pedir referências da empresa que se pretende contratar ao Procon,", alerta
Selma do Amaral, técnica da Fundação Procon de São Paulo.
Mesmo tomando cuidado e escolhendo uma empresa há 16
anos no mercado, Maria Augusta
Ramalho Di Grassi, 49, passou
por uma péssima experiência.
Ela contratou a Giulian Mudanças e Transportes Ltda. Parte da
mobília ia para um guarda-móveis, para ser depois enviada para
a casa de campo da família.
"Deu tudo errado. Eles não
cumpriram o horário, não mandaram embalagens nem funcionários suficientes. E a mudança só
se completou quatro dias depois,
com peças quebradas, móveis lascados, sofá sujo. Um horror", diz.
Ela conta que, naqueles quatro
dias, teve de ficar com o marido e
os três filhos num flat, pois não
dava para ficar em casa.
"Os móveis ficaram todos jogados dentro de casa e no corredor
do prédio. Minha filha é diabética
e preciso da geladeira para guardar insulina. Mas a geladeira foi
largada, desmontada, sem portas,
na área de serviço", recorda.
Ela relata que embalaram calças
de seu marido junto com material
de limpeza, deixando-as manchadas de água sanitária. "E ainda beberam litros de vinho e largaram
as garrafas vazias na embalagem."
Em contato com a empresa,
Maria Augusta recebeu a visita de
um representante que constatou
os problemas. Alguns reparos foram feitos, mas grande parte ainda aguarda solução. Após três
meses de espera, Maria Augusta
procurou o Procon.
Júlio César Giglio, gerente da
Giulian em São Paulo, afirma que
parte dos problemas com a mudança de Maria Augusta aconteceram porque o apartamento estava em reforma e informa que
designou uma pessoa para tentar
solucionar o caso.
Maria Augusta disse que o apartamento não estava em reforma.
"Ela pode pedir indenização por
dano material e moral. O material, pelas coisas que se estragaram na mudança e pelo que gastou no flat. E o moral, pelo transtorno emocional", informa Edgard Fiore, advogado civilista.
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