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TRANSPORTES
Trabalhadores e empresários ameaçam com novas paralisações se não houver fiscalização contra perueiros
Greves vão se repetir, dizem motoristas
DA REPORTAGEM LOCAL
Empresários e trabalhadores de
ônibus dizem que as paralisações
no transporte de São Paulo devem
continuar nos próximos meses,
pelo menos enquanto a prefeitura
não aumentar a fiscalização contra os perueiros.
"Além da falta de pagamento,
um "plus" (motivo a mais) da greve dos motoristas foi a falta de fiscalização aos perueiros. Com isso,
nós concordamos", afirmou Antonio Sampaio Amaral Filho, diretor jurídico do Transurb (sindicato das empresas de ônibus).
"Enquanto a prefeitura não der
um jeito nas lotações, os passageiros não voltarão aos ônibus, os
empresários não pagarão em dia e
a gente continuará fazendo greve", disse Edivaldo Santiago, presidente do Sindicato dos Condutores de São Paulo. "Temos que
recuperar o sistema. É preciso fiscalizar e punir o transporte clandestino", afirmou.
A apreensão de peruas clandestinas pela SPTrans (São Paulo
Transporte) teve redução drástica
nos primeiros 31 dias da administração petista. Desde a posse de
Marta Suplicy, a empresa reteve,
em média, seis lotações por dia.
No ano passado, esse índice foi de
26. Em 1999, chegou a 28.
O secretário dos Transportes,
Carlos Zarattini, disse que desmontou "aquele esquema absurdo de caça policial" às lotações.
Ele nega, porém, que a fiscalização vá afrouxar. "Estamos montando as equipes. Não se faz isso
da noite para o dia."
Segundo Zarattini, os fiscais não
vão fazer perseguições, como na
gestão Celso Pitta, mas continuarão com as blitze.
Ele afirmou que o sistema ficará
organizado, sem apresentar concorrência predatória aos ônibus,
após a definição dos 4.042 perueiros selecionados em licitação para
operar na capital paulista.
Essa concorrência, concluída
em dezembro, está sendo investigada por uma comissão de sindicância da Secretaria dos Transportes, já que foi alvo de denúncias de irregularidades.
Zarattini disse ontem que não
deverá conceder mais autorizações a perueiros, a não ser para
aqueles que foram selecionados
na última licitação. Semanas
atrás, ele havia dito que estudaria
a liberação de outras mil licenças
para os donos de lotações.
Transurb
A avaliação do Transurb é que
só há duas alternativas para evitar
atrasos de pagamento aos motoristas e cobradores de ônibus:
concessão de subsídio (R$ 35 milhões por mês, aproximadamente) às empresas ou elevação do
número de passageiros (de 90 milhões para 120 milhões por mês).
Zarattini já disse que a secretaria não tem dinheiro para conceder subsídios. Por isso, só restaria
recuperar para o sistema os passageiros "roubados" nos últimos
anos pelas lotações.
Tanto empresários como trabalhadores dizem que o pagamento
dos repasses de vales-transporte
pela Prefeitura de São Paulo não
garante que as viações terão condições de pagar em dia os salários
de motoristas e cobradores.
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