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São Paulo, sexta-feira, 07 de fevereiro de 2003

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Polícia acha droga com marca do PCC

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo apreendeu cerca de 20 kg de maconha com identificação do PCC (Primeiro Comando da Capital) em uma favela na zona sul da capital.
A droga foi encontrada anteontem à noite na avenida Washington Luiz, em frente à favela Buraco Quente, no Campo Belo.
Policiais militares desconfiaram de uma mulher que carregava uma bolsa de viagem e a abordaram assim que ela saiu de um táxi.
Na bolsa, os PMs afirmam ter encontrado, além dos tijolos de maconha, uma cópia do estatuto do PCC, em folha reduzida como um panfleto, com espaço reservado para o preenchimento do nome do batizado -a pessoa que entra para a facção- e do seu padrinho -o preso da organização que o apresenta ao grupo.
A promotora de vendas Michella Godoy Silva, 25, foi autuada em flagrante por tráfico no Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecente).
Na ação, a polícia prendeu ainda W.P.S., 16. O garoto receberia R$ 10 para levar a droga do ponto de táxi até um orelhão perto dali.
O adolescente afirma ter abandonado a casa da mãe há três meses, depois que ela arrumou um namorado. Desde então, vive na favela com um dos quatro irmãos, de 14 anos. ""A gente vive pedindo dinheiro nos cruzamentos", diz.
Michella não quis dar entrevista. A polícia informou que seu marido está preso em Getulina.
O adolescente foi encaminhado para uma unidade da Febem.
De acordo com o Denarc, o estatuto colocado com a droga na bolsa pode servir como um tipo de etiqueta do PCC, uma identificação de quem é o produto.

Cocaína
Anteontem à noite, policiais do Denarc prenderam a dona-de-casa Maura da Cruz Silva, 33, com 9,5 kg de cocaína escondida dentro de uma mochila.
A prisão aconteceu no metrô Santa Cecília, no centro de São Paulo. Ela teria trazido a droga da zona leste da capital.
De acordo com a polícia, a dona-de-casa assumiu a venda de drogas na região do Itaim Paulista depois que o marido foi preso, há três anos. Por mês, venderia cerca de 50 kg de cocaína, conforme estimativa do Denarc.
Silva negou traficar drogas. Disse à Folha que receberia R$ 2.000 de um desconhecido para fazer a entrega em Santa Cecília. ""Fiz isso por necessidade, por estar desempregada", afirmou ela, que trabalhava como doméstica.
Desde a prisão do marido, ela afirma que sustenta sozinha a filha de 12 anos e que paga aluguel de uma casa. ""Já catei até latinha na rua", disse.
Silva irá responder a inquérito por tráfico de drogas e pode pegar de três a 15 anos de prisão.


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