São Paulo, sábado, 07 de fevereiro de 2004

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Prefeita diz que 21 mil pessoas foram atingidas

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de uma reunião de duas horas e meia com todo o seu secretariado para discutir a questão das chuvas, a prefeita Marta Suplicy (PT) falou que 21 mil pessoas foram atingidas pelas enchentes dos últimos dias na cidade. De acordo com Marta, todas as famílias afetadas já foram ajudadas pela prefeitura.
A petista anunciou que deslocará R$ 2,9 milhões das verbas do Orçamento municipal para atender às áreas de risco, mas não explicou de onde sairá o dinheiro.
Na reunião com o secretariado, a prefeita ouviu relatos de como estão as áreas. Marta enviou 11 dos 21 secretários para as 11 subprefeituras mais atingidas pelas chuvas. Nos locais, cada um ouviu do subprefeito e dos coordenadores da região como estava a situação e quais eram os principais problemas da área.

Secretários nas ruas
Os secretários chegaram nas subprefeituras por volta das 14h e só apareceram na nova sede da prefeitura, no viaduto do Chá, às 18h, quando começou a reunião, que se estendeu até as 20h30.
Hoje a prefeitura começa a distribuir aos moradores as doações recebidas. "Tudo foi bem, até foi muito bem. As pessoas se desdobraram", disse a prefeita. De acordo com Marta, "as pessoas estão assistidas no básico".
A prefeita disse que a distribuição das doações será coordenada pela secretária da Assistência Social, Aldaíza Sposati, com a participação da sociedade civil, por meio de moradores e de lideranças das áreas atingidas.
"Não quero que tenha bandalheira nisso, não quero que entre lugar que não foi inundado, como também não quero deixar de fora lugar que foi inundado", afirmou. Durante o dia, houve rumores de que o ex-secretário das Subprefeituras Antônio Donato, que é candidato a vereador nas eleições deste ano, participaria das ações de distribuição das doações.

"Madrasta natureza"
Marta afirmou que, mesmo se todas as obras tivessem sido realizadas, a infra-estrutura não teria dado conta da água, em razão da magnitude do temporal. "Podíamos ter a obra que quiséssemos, que não ia ter jeito. Aí a mãe natureza não foi mãe, foi madrasta", disse a petista.
A prefeita culpou também a histórica "carência de infra-estrutura" da cidade e o alto grau de impermeabilização do solo. "A primeira coisa que as pessoas fazem quando compram sua casinha é cimentar o terreno todo. A cidade não tem nenhum lugar de absorção das chuvas. É uma questão de cultura, as leis que vão reagir a isso só foram feitas neste governo."
A petista exaltou as ações de sua gestão, que fez um mapeamento das áreas de risco da cidade e, segundo ela, retirou 16 mil pessoas desses locais ao longo dos últimos três anos. "Mas ainda tem muita gente [em áreas de risco], não estamos livres [de uma tragédia] se houver outra chuvarada igual", afirmou Marta.


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