São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2007

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Empresa mais afetada, Ocean Air critica decisão "absurda" e espera liberação hoje

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Ocean Air espera que a decisão da Justiça de proibir três modelos de aeronaves de operar na pista principal do aeroporto de Congonhas seja revertida ainda hoje. Com metade de sua frota composta por aviões Fokker-100 (um dos vetados), a Ocean Air é a empresa mais afetada pela determinação.
A companhia aérea não deixou de vender passagens nem informou os passageiros sobre a proibição porque considera que a medida será revogada. Caso seja mantida, no entanto, a proibição começará a valer a partir de amanhã.
O presidente do Grupo Sinergy -controlador da Ocean Air-, German Efromovich, classificou ontem de "absurda" a decisão do juiz Ronald Carvalho Filho, da Justiça Federal de São Paulo. "Se um juiz se coloca no direito de dar um laudo técnico, acaba se equivocando. Aparentemente ele colheu informações de várias fontes e concluiu o que pode e o que não pode. Ele está enganado."
A linha de argumento da Ocean Air é que o Fokker-100 precisa de 900 metros de pista seca ou de 1.035 metros em solo molhado para aterrissar com segurança. A extensão da pista principal do aeroporto de Congonhas é de 1.940 metros.
"Ou seja, as operações estão sendo feitas em segurança", afirma Efromovich.
A Ocean Air tem 28 "slots" (espaços de pouso e decolagem) no aeroporto de Congonhas diariamente, dos quais 90%, segundo Efromovich, são para as aeronaves Fokker-100.
O presidente do Grupo Sinergy disse que, se a decisão perdurar, "2.500 pessoas terão de ir para a rua". Afirmou também que, sem Congonhas, "as operações da Ocean Air não fazem sentido", pois seria inviável transferir todos os seus vôos para outro aeroporto.
De uma frota total de 20 aeronaves, a Ocean Air opera com dez Fokker-100.

Outras empresas
Dos 65 aviões operados pela Gol, 51 são dos modelos 737-700 e 737-800, também proibidos de usar a pista principal de Congonhas. A TAM opera 21 Fokker-100, em uma frota composta por 98 aeronaves. Nenhuma das companhias se pronunciou sobre a decisão da Justiça. A Varig e a BRA não foram afetadas, já que não trabalham com os modelos barrados no aeroporto paulistano.
O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) preferiu não se manifestar.


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