FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pesquisa da Unesco mostra que a diferença de rendimento entre jovens brancos e negros nas escolas brasileiras é maior entre ricos do que entre pobres. Para os realizadores, isso evidencia que o racismo é fator que os diferenciam no processo educacional do país.
Em parceria com o Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o produto da pesquisa foi o livro "Relações Raciais na Escola: reprodução de desigualdades em nome da igualdade", coordenado pelas pesquisadoras Mary Garcia Castro e Miriam Abramovay.
O estudo foi realizado em Belém, Distrito Federal, São Paulo, Salvador e Porto Alegre, entre 2003 e 2005, com base nos dados do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) de 2003. Participaram da pesquisa 25 escolas particulares e públicas.
O principal argumento do estudo é que, mais do que simplesmente a questão socioeconômica, o racismo é o grande fator que separa negros e brancos quando o tema é rendimento escolar.
Nos testes de matemática para alunos da quarta série, por exemplo, a porcentagem de alunos da classe E que têm notas "críticas" ou "muito críticas" varia apenas 2 pontos percentuais entre brancos e negros: 78% dos brancos e 80% dos negros.
Já na classe A, a diferença entre chega a 11 pontos: 10,3% dos brancos e 23,4% dos negros.


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