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POLÊMICA
Para a Liga das Escolas de Samba, o prefeito do Rio teme que o Carnaval de São Paulo desbanque o carioca
Paulistas rebatem críticas de Conde
ADRIANA SOUZA SILVA
AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local
Dor de cotovelo e medo de que
o turista troque o samba da Marquês de Sapucaí pelo o do
Anhembi. Para os presidentes das
escolas de samba de São Paulo, só
isso explicaria o fato de o prefeito
do Rio, Luiz Paulo Conde (PFL),
ter chamado o Carnaval paulista
de "rodeio chatíssimo".
"Ninguém chuta cachorro morto. Se ele chutou nosso Carnaval é
porque estamos incomodando",
diz o presidente da escola Nenê da
Vila Matilde, Alberto Alves da Silva, o Betinho.
O presidente da Gaviões da Fiel,
José Claudio de Almeida Moraes,
disse que a prova do crescimento
das escolas paulistas está na adesão de carnavalescos do Rio ao
desfile de São Paulo.
Na Gaviões, por exemplo, o carnavalesco Jorge de Freitas veio da
carioca Vila Isabel. O mesmo
ocorreu na Acadêmicos do Tucuruvi, que "importou" o puxador
de samba e o mestre de bateria.
Para o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba
de São Paulo, Sidnei Carriolo, o
prefeito do Rio não deveria perder tempo com esses comentários. "O Conde deveria se preocupar mais com a segurança e a sinalização na cidade dele."
Até o prefeito Celso Pitta (PTN),
de Paris, esquentou a polêmica
entre cariocas e paulistas. Ouvido
pelo secretário de Comunicação,
Antenor Braido, Pitta mandou dizer que "São Paulo já superou o
Rio em número de turistas e agora o Carnaval paulista começa a
desbancar o carioca. Daí a dor-de-cotovelo do Conde".
Segundo Braido, a prefeitura investiu R$ 13 milhões no Carnaval
deste ano, contra R$ 7 milhões no
ano passado. "E aqui nós não temos bicheiros", disse, fazendo referência à ajuda que as escolas cariocas recebem do jogo do bicho.
No Rio, a prefeitura carioca deu
R$ 7 milhões este ano para as 14
escolas do Grupo Especial.
A crise de ciúmes da Prefeitura
do Rio também é motivada, segundo os organizadores do Carnaval paulista, pela decisão da Rede Globo de dar a mesma atenção
às duas cidades.
Pela primeira vez, o Grupo Especial paulista teve dois dias de
desfiles, transmitidos integralmente pela Globo.
Como os desfiles do Rio, os de
São Paulo foram vendidos pela
emissora para 53 países.
Este ano, o Anhembi ganhou
um espaço reservado para o turista com recepcionistas poliglotas.
"Todos os 2.300 lugares foram
vendidos", diz o presidente da
Anhembi Turismo e Eventos,
Américo Calandriello.
Outro item que os paulistas
consideram importante: a Kaiser,
pela primeira vez, patrocinou as
transmissões das duas cidades.
Apuração
A apuração dos campeões do
Carnaval paulista acontece hoje a
partir das 9h no setor 4 do sambódromo, com entrada franca. Serão consideradas as duas melhores notas (são três jurados) de cada um dos dez quesitos avaliados.
Não haverá critérios para o desempate. Assim, se mais uma escola atingir a pontuação mais alta
o título de campeã será dividido.
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