|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ACIDENTE
Estado e prefeitura se acusam
Lagoa deve ter 100 t de peixes mortos
free-lance para a Folha
Mais peixes, camarões e siris
morreram ontem na lagoa Rodrigo de Freitas (zona sul do Rio), se
juntando às dezenas de toneladas
que apodrecem desde anteontem.
O gerente de recursos naturais
da lagoa, Mário Moscatelli, disse
que até o fim da tarde a Comlurb
(Companhia Municipal de Limpeza Urbana) já havia recolhido
33 toneladas de peixes. ""O volume
vai ultrapassar as 100 toneladas."
O biólogo contou que robalos
de até 5 kg e tainhas de cerca de 3
kg foram encontrados mortos, no
maior desastre ambiental da lagoa nos últimos -pelo menos-
sete anos. Os camarões mortos,
segundo ele, são considerados
grandes. Não havia, até o começo
da noite, previsão para o fim das
mortes de peixes e crustáceos.
Revoltado com o bate-boca entre autoridades do Estado e do
Município do Rio sobre responsabilidades pelo acidente ecológico,
Moscatelli -dirigente de um órgão estadual-, disse que a polêmica ""é uma palhaçada. Eu me
sinto um idiota catando peixes
mortos, enquanto burocratas trocam farpas políticas".
A afirmação de Moscatelli foi
referência às divergências entre a
Cedae (Companhia Estadual de
Água e Esgotos do Rio de Janeiro)
e a secretaria municipal de Meio
Ambiente.
O presidente da Cedae, Alberto
Gomes, apontou a prefeitura como responsável pelo desastre. Ele
afirmou que a paralisação da dragagem da areia do canal do Jardim de Alá foi decisiva. O secretário de Meio Ambiente do Rio,
Maurício Lobo, porém, disse que
as mortes foram causadas por
dois vazamentos da Cedae, próximos ao canal.
Em Torres (RS), quatro toneladas de peixes -na maioria, traíras- e camarões sem vida foram
encontradas entre anteontem e
ontem na Lagoa do Violão.
Texto Anterior: Incêndio: Fogo destrói igreja em Brasília Próximo Texto: Meio ambiente: Balsa afundada deve ser retirada hoje Índice
|