São Paulo, terça-feira, 07 de março de 2000


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ACIDENTE
Estado e prefeitura se acusam
Lagoa deve ter 100 t de peixes mortos

free-lance para a Folha

Mais peixes, camarões e siris morreram ontem na lagoa Rodrigo de Freitas (zona sul do Rio), se juntando às dezenas de toneladas que apodrecem desde anteontem.
O gerente de recursos naturais da lagoa, Mário Moscatelli, disse que até o fim da tarde a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) já havia recolhido 33 toneladas de peixes. ""O volume vai ultrapassar as 100 toneladas."
O biólogo contou que robalos de até 5 kg e tainhas de cerca de 3 kg foram encontrados mortos, no maior desastre ambiental da lagoa nos últimos -pelo menos- sete anos. Os camarões mortos, segundo ele, são considerados grandes. Não havia, até o começo da noite, previsão para o fim das mortes de peixes e crustáceos.
Revoltado com o bate-boca entre autoridades do Estado e do Município do Rio sobre responsabilidades pelo acidente ecológico, Moscatelli -dirigente de um órgão estadual-, disse que a polêmica ""é uma palhaçada. Eu me sinto um idiota catando peixes mortos, enquanto burocratas trocam farpas políticas".
A afirmação de Moscatelli foi referência às divergências entre a Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgotos do Rio de Janeiro) e a secretaria municipal de Meio Ambiente.
O presidente da Cedae, Alberto Gomes, apontou a prefeitura como responsável pelo desastre. Ele afirmou que a paralisação da dragagem da areia do canal do Jardim de Alá foi decisiva. O secretário de Meio Ambiente do Rio, Maurício Lobo, porém, disse que as mortes foram causadas por dois vazamentos da Cedae, próximos ao canal.
Em Torres (RS), quatro toneladas de peixes -na maioria, traíras- e camarões sem vida foram encontradas entre anteontem e ontem na Lagoa do Violão.


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