São Paulo, quinta-feira, 07 de março de 2002

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ACIDENTE

Garota de seis anos ficou prensada no vão do equipamento instalado na Fórmula, em shopping da zona oeste

Menina morre em elevador de academia

FÁBIO PORTO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

A menina V.E.A.V., 6, morreu ontem vítima de um acidente em um dos elevadores da academia Fórmula, localizada no Shopping Eldorado, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo).
A criança teria ficado prensada num vão do elevador destinado a deficientes físicos.
O elevador é uma plataforma, sem paredes, que se desloca a até cerca de dois metros de altura e que funciona automaticamente por meio de um sensor que detecta o peso do usuário.
V. fazia parte de um grupo de dez alunos (todos entre cinco e seis anos) e dois monitores da Escola Morumbi e teria se separado dos demais e entrado no elevador.
Nesse instante, o elevador teria começado a subir. Assustada, a menina teria tentado sair e ficado presa entre a plataforma e a porta -travada, já que o elevador estava em movimento.
A menina foi atendida por médicos da academia e por bombeiros do shopping e transportada de helicóptero pela Polícia Militar para o Hospital das Clínicas.
A garota chegou ao hospital inconsciente, às 11h39, e com parada respiratória decorrente de um traumatismo torácico abdominal. Segundo boletim médico, ela foi submetida a manobras de reanimação e a uma cirurgia de urgência. V. morreu às 15h.

Convênio
A garota estudava na unidade da Cidade Jardim da Escola Morumbi. O colégio mantém, há quatro anos, um convênio com a Fórmula para que os alunos possam fazer atividades físicas e extracurriculares na academia com um preço promocional.
Segundo a assessoria de imprensa da Escola Morumbi, a unidade localizada na Cidade Jardim tem 500 alunos e cerca de 25% deles (todos entre três e dez anos) frequentam a Fórmula por meio do convênio.
De acordo com a assessoria de imprensa da academia, várias outras escolas particulares de São Paulo mantêm convênios semelhantes com a Fórmula.
Segundo nota oficial da Escola Morumbi, no momento em que o grupo de crianças e monitores saía da aula de natação e se dirigia à aula de ginástica aeróbica, V. "adiantou-se aos demais e entrou no elevador para deficientes físicos, onde ocorreu o acidente". Um monitor acompanhava seis meninos e uma monitora estava com as quatro garotas.
A academia tem dois elevadores: um automático, para deficientes físicos, e outro convencional. Nenhum dos dois tinha autorização do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis) para funcionar e foram interditados pelo órgão.
O Instituto de Criminalística da Polícia Civil informou que o funcionamento do elevador é normal. O laudo do instituto deve sair em 30 dias.
Para Margareth Guida, assessora de imprensa da Escola Morumbi e mãe de aluna do colégio, "foi uma fatalidade e não houve descuido da monitora". A escola vai aguardar as investigações para se manifestar sobre o convênio.
Marlene Carrano, diretora da academia Fórmula, disse que o acidente pode ser explicado pela imprevisibilidade das crianças. "Elas sobem em coisas e fazem coisas erradas. Foi um acidente que poderia ter acontecido em qualquer lugar", disse.
A família não se manifestou sobre o acidente. Tanto a Escola Morumbi quanto a Academia Fórmula decretaram luto e não abrem hoje.



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