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Em nota, CNBB diz que estupro foi "ato insano"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O estupro da menina de nove
anos pelo padrasto em Pernambuco foi um "ato insano",
de acordo com nota divulgada
ontem pela presidência da
CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil), que se
disse "perplexa".
"Repudiamos veementemente este ato insano e defendemos a rigorosa apuração dos
fatos, e que o culpado seja devidamente punido, de acordo
com a Justiça", diz o texto.
A nota da instituição não faz
referência à excomunhão da
mãe da menina, que autorizou
o aborto, e dos médicos que o
conduziram, anunciada anteontem pelo pelo arcebispo de
Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho.
Também não comenta as
afirmações do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva sobre o caso e a reação da igreja.
No texto, a CNBB também
reforçou o posicionamento
contrário à interrupção da gravidez -defendido por dom José Cardoso Sobrinho- citando
trecho de outra nota, divulgada
pelos bispos da Regional Nordeste 2 da instituição, na qual
está o Estado de Pernambuco:
"Diante da complexidade do
caso, lamentamos que não tenha sido enfrentado com a serenidade, tranquilidade e o
tempo necessário que a situação exigia. Além disso, não concordamos com o desfecho final
de eliminar a vida de seres humanos indefesos".
Direitos humanos
A segunda nota faz críticas à
legislação brasileira, que, afirma o texto, reflete "a cultura
dominante, que nem sempre
respeita os princípios éticos e
naturais" -a lei permite o
aborto em vítimas de estupro
ou quando a gestante corre risco de vida.
Ao falar que a instituição defende a vida historicamente, o
texto lembra que esse "princípio norteou a prática da igreja
no Brasil, também na época do
regime militar, instaurado em
1964, quando se colocou a favor
da vida e da dignidade das pessoas, defendendo os direitos
humanos dos perseguidos, torturados e refugiados políticos".
Leia as íntegras das notas
da CNBB
www.folha.com.br/090653
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