São Paulo, sábado, 07 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em nota, CNBB diz que estupro foi "ato insano"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O estupro da menina de nove anos pelo padrasto em Pernambuco foi um "ato insano", de acordo com nota divulgada ontem pela presidência da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que se disse "perplexa".
"Repudiamos veementemente este ato insano e defendemos a rigorosa apuração dos fatos, e que o culpado seja devidamente punido, de acordo com a Justiça", diz o texto. A nota da instituição não faz referência à excomunhão da mãe da menina, que autorizou o aborto, e dos médicos que o conduziram, anunciada anteontem pelo pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho.
Também não comenta as afirmações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o caso e a reação da igreja. No texto, a CNBB também reforçou o posicionamento contrário à interrupção da gravidez -defendido por dom José Cardoso Sobrinho- citando trecho de outra nota, divulgada pelos bispos da Regional Nordeste 2 da instituição, na qual está o Estado de Pernambuco: "Diante da complexidade do caso, lamentamos que não tenha sido enfrentado com a serenidade, tranquilidade e o tempo necessário que a situação exigia. Além disso, não concordamos com o desfecho final de eliminar a vida de seres humanos indefesos".

Direitos humanos
A segunda nota faz críticas à legislação brasileira, que, afirma o texto, reflete "a cultura dominante, que nem sempre respeita os princípios éticos e naturais" -a lei permite o aborto em vítimas de estupro ou quando a gestante corre risco de vida.
Ao falar que a instituição defende a vida historicamente, o texto lembra que esse "princípio norteou a prática da igreja no Brasil, também na época do regime militar, instaurado em 1964, quando se colocou a favor da vida e da dignidade das pessoas, defendendo os direitos humanos dos perseguidos, torturados e refugiados políticos".

Leia as íntegras das notas da CNBB

www.folha.com.br/090653


Texto Anterior: Para Lula, decisão da igreja é conservadora e lamentável
Próximo Texto: Aos 6 meses de gestação, parto seria possível, diz padre
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.