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Investigação
de processo
ficou parada
da Reportagem Local
A investigação do sumiço de
quase 400 processos e inquéritos
da 1¦ Auditoria do TJM (Tribunal
de Justiça Militar) ficou parada durante cinco meses. Esse foi o tempo que a ordem de abertura de inquérito levou para ser cumprida
pela Polícia Civil.
A ordem para o delegado-geral
Antônio Carlos de Castro Machado consta de um ofício do secretário da Segurança Pública, José
Afonso da Silva, datado de 1º de
julho do ano passado. O inquérito
só foi aberto no final de novembro.
Mesmo assim, de novembro até
hoje, os policiais civis ouviram só
seis pessoas no inquérito, segundo
a secretaria. A Folha procurou
Machado na delegacia-geral na
sexta-feira, mas não o localizou.
O secretário determinara a abertura do inquérito após receber um
dossiê com mais de 300 páginas
das mãos do promotor Antônio
Ferreira Pinto, que apurava o caso.
Os inquéritos e processos haviam sido desviados para o arquivo do TJM ilegalmente. Alguns casos permaneceram até 17 anos desaparecidos na Justiça Militar.
Para o arquivo só devem ir os
processos com tramitação encerrada ou inquéritos em que não há
provas para o prosseguimento da
ação penal. Na maioria dos casos
desaparecidos, a investigação havia conseguido provas suficientes
para a condenação dos acusados.
Com isso, vários casos prescreveram, ou seja, acabou o prazo que
a Justiça tem para poder punir
uma pessoa acusada de um crime.
Entre os casos desaparecidos estão
vários de homicídios.
Segundo estimativa do Ministério Público, a soma dos processos
e inquéritos sobre mortes atinge
um número maior do que os 111
casos do massacre da Casa de Detenção, ocorrido em 1992.
Enquanto a investigação da Polícia Civil ouve apenas o depoimento de seis pessoas, processos e inquéritos desaparecidos continuam
a ser descobertos no TJM.
Na última sexta-feira, mais uma
caso foi encontrado: o processo
número 15.602/80 sobre a acusação de deserção contra o então soldado Paulo Idalino da Silva. Ele ficou sumido desde 1986. A possibilidade de punição já acabou.
Entre os casos que reapareceram
está um em que o então tenente
Arivaldo Sérgio Salgado é acusado
de matar um rapaz em Guarulhos
(Grande São Paulo). O rapaz teria
sido algemado e preso pelos PMs
um dia antes de aparecer morto
em uma suposta troca de tiros.
(MARCELO GODOY)
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