DA FOLHA RIBEIRÃO

A Vigilância Epidemiológica de Ribeirão Preto confirmou ontem a primeira morte por dengue hemorrágica no Estado de São Paulo neste ano. É também o primeiro óbito pela forma mais grave da doença na história da cidade, localizada a 314 km de São Paulo.
A vítima era um homem de 54 anos, que morreu em 22 de fevereiro. O diagnóstico de dengue, segundo o secretário da Saúde de Ribeirão, José Sebastião dos Santos, só apareceu no decorrer do tratamento. "Antes, pensou-se que poderia ser leptospirose ou infecção generalizada", afirmou.
No primeiro trimestre deste ano, o Estado registrou crescimento de casos de dengue na capital, no interior e em municípios da Baixada Santista em comparação com igual período do ano passado. A Superintendência de Controle de Endemias do Estado aponta a Baixada, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto como as regiões mais preocupantes.
De 1º de janeiro até ontem, a Vigilância Epidemiológica registrou 1.334 casos em Ribeirão, sendo sete hemorrágicos. Há ainda 2.011 em investigação. Em 2005, São Paulo teve nove casos de dengue hemorrágica, com uma morte.
A confirmação do diagnóstico desencadeou uma reunião do prefeito de Ribeirão, Welson Gasparini (PSDB), com associações de bairro, Ministério Público e polícias Civil e Militar. Ficou definido que será enviada à Justiça uma ação com pedido de liminar para invadir casas cujos moradores não permitam a entrada dos agentes do Controle de Vetores e para arrombar imóveis que estiverem fechados. "Temos de declarar guerra. Ou Ribeirão entra na guerra ou pagaremos um preço muito caro", disse Gasparini.
Neste ano, o índice de recusa em Ribeirão é de 0,5%, o que significa que, em cada 200 casas, em uma o morador não permite a entrada dos agentes que buscam criadouros do mosquito transmissor.
(MARCELO TOLEDO)


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