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Onde tem obra do PAC tem menos água, diz Lula
Apartamentos entregues pelo governo no Complexo do Alemão alagaram ontem
Presidente afirma que impacto da chuva seria maior sem intervenções; investimentos do PAC no Rio já são de R$ 746,2 milhões
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Lula disse ontem que a chuva no Rio foi menos problemática em áreas onde há obras do Programa de
Aceleração do Crescimento.
""Onde eu vi obras do PAC
tem menos água. Portanto,
acho que a única explicação é o
excesso de chuva. Numa chuva
normal, não teria acontecido
[alagamento em obras do
PAC]", afirmou Lula, no Rio.
Ele cancelou a visita que faria
ao Complexo do Alemão (conjunto de favelas da zona norte
onde há obras do PAC) por causa da chuva e recebeu, no Copacabana Palace, o governador
Sérgio Cabral (PMDB).
O presidente minimizou o fato de apartamentos recém-entregues pelo PAC no Complexo
do Alemão estarem alagados, e
sugeriu que os repórteres visitassem o apartamento dele em
São Bernardo do Campo (SP).
""Vi [as imagens de apartamentos alagados] pela TV. É
menos água do que em outros
lugares, mas tem água. Se eu
pudesse convidaria você para ir
ao meu apartamento em São
Bernardo Campo e você ia ver o
que a chuva está fazendo no
meu apartamento"", afirmou,
dirigindo-se a um repórter.
Em 2009, o governo federal
já gastou R$ 746,2 milhões em
obras do PAC no Rio de Janeiro, com projetos cujo orçamento total atinge R$ 27 bilhões.
Cabral criticou o que chamou
de "permissividade" na ocupação de áreas de risco no Rio.
"Fomos criticados quando estabelecemos um muro na Rocinha e no Dona Marta para impedir a expansão das comunidades em áreas de risco."
Em duas ocasiões ontem, Lula apelou a Deus para ajudar a
população. Pela manhã, afirmou que "quando o homem lá
em cima fica nervoso e faz chover, só temos a pedir para Ele
parar a chuva". Em novo evento à tarde, declarou estar muito
triste com o drama do Rio e fez
um minuto de silêncio pelas vítimas. Então pediu que Deus
mande ""um pouco de chuva para o sertão do Nordeste e um
pouco de sol para o Rio".
O presidente declarou disse
que trabalhará como Cabral e o
prefeito do Rio, Eduardo Paes
(PMDB), para incluir recursos
para projetos de drenagem no
Rio de Janeiro no PAC 2, ""para
ver se em 10 ou 15 anos, a gente
consegue ter uma cidade menos sofrida do que agora".
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