São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2010

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Onde tem obra do PAC tem menos água, diz Lula

Apartamentos entregues pelo governo no Complexo do Alemão alagaram ontem

Presidente afirma que impacto da chuva seria maior sem intervenções; investimentos do PAC no Rio já são de R$ 746,2 milhões

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente Lula disse ontem que a chuva no Rio foi menos problemática em áreas onde há obras do Programa de Aceleração do Crescimento.
""Onde eu vi obras do PAC tem menos água. Portanto, acho que a única explicação é o excesso de chuva. Numa chuva normal, não teria acontecido [alagamento em obras do PAC]", afirmou Lula, no Rio.
Ele cancelou a visita que faria ao Complexo do Alemão (conjunto de favelas da zona norte onde há obras do PAC) por causa da chuva e recebeu, no Copacabana Palace, o governador Sérgio Cabral (PMDB).
O presidente minimizou o fato de apartamentos recém-entregues pelo PAC no Complexo do Alemão estarem alagados, e sugeriu que os repórteres visitassem o apartamento dele em São Bernardo do Campo (SP).
""Vi [as imagens de apartamentos alagados] pela TV. É menos água do que em outros lugares, mas tem água. Se eu pudesse convidaria você para ir ao meu apartamento em São Bernardo Campo e você ia ver o que a chuva está fazendo no meu apartamento"", afirmou, dirigindo-se a um repórter.
Em 2009, o governo federal já gastou R$ 746,2 milhões em obras do PAC no Rio de Janeiro, com projetos cujo orçamento total atinge R$ 27 bilhões.
Cabral criticou o que chamou de "permissividade" na ocupação de áreas de risco no Rio. "Fomos criticados quando estabelecemos um muro na Rocinha e no Dona Marta para impedir a expansão das comunidades em áreas de risco."
Em duas ocasiões ontem, Lula apelou a Deus para ajudar a população. Pela manhã, afirmou que "quando o homem lá em cima fica nervoso e faz chover, só temos a pedir para Ele parar a chuva". Em novo evento à tarde, declarou estar muito triste com o drama do Rio e fez um minuto de silêncio pelas vítimas. Então pediu que Deus mande ""um pouco de chuva para o sertão do Nordeste e um pouco de sol para o Rio".
O presidente declarou disse que trabalhará como Cabral e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), para incluir recursos para projetos de drenagem no Rio de Janeiro no PAC 2, ""para ver se em 10 ou 15 anos, a gente consegue ter uma cidade menos sofrida do que agora".


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