São Paulo, Quarta-feira, 07 de Abril de 1999
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Artesão de SP é espancado

da Reportagem Local

O artesão Paulino de Siqueira Borges Filho, 44, foi torturado por PMs no início do ano porque se envolveu em uma confusão em uma praça de Ribeirão Preto (interior de São Paulo).
No dia 8 de janeiro, data de seu aniversário, Borges se envolveu em uma briga com uma moça na Feira de Artesanato da cidade, onde expõe suas mercadorias.
Ele foi para casa, no bairro de classe média de Campos Elíseos. "Depois de 40 minutos tocaram a campainha. Era a polícia. Tinha uns cinco PMs, um rapaz de bermuda e o pai da moça."
Segundo ele, os policiais disseram que iriam levá-lo à delegacia para dar explicações sobre a briga.
"Eu falei que tudo bem, que ia apenas colocar uma camisa e pegar os documentos. Prendi o cachorro e destranquei o portão. Nesse momento, o moço de bermuda, que depois fui saber que era um tenente à paisana, segurou o meu braço. Eu corri para dentro de casa, e ele veio atrás."
"Quando cheguei à sala, o tenente passou o pé e eu caí. A partir daí começou a me espancar. Deu vários chutes na barriga e no rosto, além de socos. Tudo isso na frente dos meus três filhos e da minha mulher, que foram impedidos de me ajudar pelos outros PMs."
Ele teve a mandíbula e duas costelas quebradas. Para tentar reconstituir a mandíbula, Borges já sofreu três cirurgias. A PM instaurou inquérito para apurar o caso. O caso é prioridade na ouvidoria da polícia.


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