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Artesão de SP é espancado
da Reportagem Local
O artesão Paulino de Siqueira Borges Filho, 44, foi
torturado por PMs no início
do ano porque se envolveu
em uma confusão em uma
praça de Ribeirão Preto (interior de São Paulo).
No dia 8 de janeiro, data
de seu aniversário, Borges
se envolveu em uma briga
com uma moça na Feira de
Artesanato da cidade, onde
expõe suas mercadorias.
Ele foi para casa, no bairro
de classe média de Campos
Elíseos. "Depois de 40 minutos tocaram a campainha. Era a polícia. Tinha
uns cinco PMs, um rapaz de
bermuda e o pai da moça."
Segundo ele, os policiais
disseram que iriam levá-lo à
delegacia para dar explicações sobre a briga.
"Eu falei que tudo bem,
que ia apenas colocar uma
camisa e pegar os documentos. Prendi o cachorro
e destranquei o portão.
Nesse momento, o moço de
bermuda, que depois fui saber que era um tenente à
paisana, segurou o meu
braço. Eu corri para dentro
de casa, e ele veio atrás."
"Quando cheguei à sala, o
tenente passou o pé e eu caí.
A partir daí começou a me
espancar. Deu vários chutes
na barriga e no rosto, além
de socos. Tudo isso na frente dos meus três filhos e da
minha mulher, que foram
impedidos de me ajudar pelos outros PMs."
Ele teve a mandíbula e
duas costelas quebradas.
Para tentar reconstituir a
mandíbula, Borges já sofreu
três cirurgias. A PM instaurou inquérito para apurar o
caso. O caso é prioridade na
ouvidoria da polícia.
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