São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2004

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Especialistas debatem aumento de casos de Aids em regiões de fronteira

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O vírus da Aids está se tornando o mais perigoso "produto" de contrabando pelas fronteiras "secas" do Mercosul. Só nas cidades de divisa dessa região, já foram notificados 5.000 casos da doença. A Coordenação Nacional de Aids diz que em alguns bairros ou regiões houve crescimento de 600% nos últimos cinco anos.
Há explicações para isso: as fronteiras "secas" (não separadas por rios ou obstáculos naturais) são cruzadas por batalhões de "formigas", que vão de um lado a outro para fazer compras, ir à escola ou a postos de saúde. Além de caminhoneiros, há entre eles prostitutas, traficantes de drogas e usuários de injetáveis, estes últimos os maiores "contrabandistas" do HIV de um lado a outro.
Esses foram os temas da 1ª Oficina Internacional de Aids nas Fronteiras do Mercosul, Bolívia e Chile, encerrado ontem em Foz de Iguaçu (PR). As estratégias contra o problema serão debatidas, mas uma das idéias é uma campanha conjunta em "portunhol", já que as populações fronteiriças misturam as línguas.
Segundo Alexandre Grangeiro, coordenador do Programa Nacional de Aids, as regiões de fronteira são as mais vulneráveis e de difícil controle por causa da mobilidade da população. Pelo fato de o Brasil oferecer tratamento para todos os seus habitantes, há um número significativo de pessoas infectadas que cruza as fronteiras em busca de ajuda.
Há países (como o Chile, o Paraguai e até recentemente a Argentina) que restringem e não investem em prevenção. A Argentina, tem prevalência (proporção de infectados na população) de 0,7%, mesmo número de Brasil e Bolívia. No Paraguai, a cifra é 0,8%. O Brasil tem cerca de 300 mil casos dos 700 mil notificados nessa região.


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