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Especialistas debatem aumento de casos de Aids em regiões de fronteira
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O vírus da Aids está se tornando
o mais perigoso "produto" de
contrabando pelas fronteiras "secas" do Mercosul. Só nas cidades
de divisa dessa região, já foram
notificados 5.000 casos da doença.
A Coordenação Nacional de Aids
diz que em alguns bairros ou regiões houve crescimento de 600%
nos últimos cinco anos.
Há explicações para isso: as
fronteiras "secas" (não separadas
por rios ou obstáculos naturais)
são cruzadas por batalhões de
"formigas", que vão de um lado a
outro para fazer compras, ir à escola ou a postos de saúde. Além
de caminhoneiros, há entre eles
prostitutas, traficantes de drogas
e usuários de injetáveis, estes últimos os maiores "contrabandistas" do HIV de um lado a outro.
Esses foram os temas da 1ª Oficina Internacional de Aids nas
Fronteiras do Mercosul, Bolívia e
Chile, encerrado ontem em Foz
de Iguaçu (PR). As estratégias
contra o problema serão debatidas, mas uma das idéias é uma
campanha conjunta em "portunhol", já que as populações fronteiriças misturam as línguas.
Segundo Alexandre Grangeiro,
coordenador do Programa Nacional de Aids, as regiões de fronteira são as mais vulneráveis e de
difícil controle por causa da mobilidade da população. Pelo fato
de o Brasil oferecer tratamento
para todos os seus habitantes, há
um número significativo de pessoas infectadas que cruza as fronteiras em busca de ajuda.
Há países (como o Chile, o Paraguai e até recentemente a Argentina) que restringem e não investem em prevenção. A Argentina,
tem prevalência (proporção de
infectados na população) de
0,7%, mesmo número de Brasil e
Bolívia. No Paraguai, a cifra é
0,8%. O Brasil tem cerca de 300
mil casos dos 700 mil notificados
nessa região.
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