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EDUCAÇÃO
Paralisação na FFLCH já dura 37 dias; movimento atinge 12.300 estudantes, que pedem a contratação de 350 professores
Alunos da USP decidem manter greve
DA REPORTAGEM LOCAL
Alunos da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da Universidade de São Paulo decidiram ontem à noite
que irão manter a paralisação geral que já dura 37 dias.
Os graduandos e pós-graduandos dos cursos de filosofia, letras,
história, geografia e ciências sociais se reuniram também para
avaliar o andamento da greve.
Eles decidiram que, para fortalecer o movimento e sensibilizar a
opinião pública, irão realizar atos
(sem data determinada) como
aulas públicas e passeatas.
A reivindicação mais imediata
dos grevistas é a contratação de
novos professores. Ontem, os alunos, que pedem 350 docentes a
mais, rejeitaram proposta da reitoria que autorizou a contratação
de 20 educadores, oito a mais do
que a proposta anterior. Os departamentos dos cursos da
FFLCH propõem um meio-termo
de 140 contratações.
A média de professores na faculdade é de um docente para
35,2 alunos. A média da USP é de
um para 14 estudantes.
Antes da assembléia dos alunos,
graduandos dos três departamentos das ciências sociais (antropologia, ciência política e sociologia)
reuniram-se com os professores
dos respectivos cursos.
Segundo a Folha apurou, a reunião foi marcada pelos próprios
professores para tentar demover
os alunos de manter a paralisação.
O argumento dos docentes seria
de que a equipe consegue ministrar as disciplinas obrigatórias.
Apenas a oferta das optativas estaria prejudicada.
Mas, durante a reunião de ontem, os professores negaram que
quisessem o fim da greve. Procurados pela Folha, recusaram-se a
comentar o assunto.
A greve atinge os 12.300 alunos
(20% de toda a USP) da FFLCH.
Eles dizem não temer que o semestre letivo seja perdido, já que
em greve anteriores de até 59 dias
foi possível repor as aulas.
Greve
Na mesma noite, o fórum que
reúne representantes sindicais
dos professores e funcionários
das três universidades estaduais
de São Paulo (USP, Unicamp e
Unesp) votaram um indicativo de
greve para a próxima segunda.
Os servidores reivindicam 16%
de reajuste salarial e refutaram a
proposta de 8% de aumento oferecida pelo Cruesp (Conselho de
Reitores das Universidades Estaduais Paulistas).
O conselho ofereceu o aumento
agora e novo debate salarial em
novembro. Os professores e funcionários querem reajuste de 16%
até o segundo semestre, e rediscussão a partir de setembro.
O indicativo de greve ainda será
votado nas assembléias próprias
de cada instituição. Algumas categorias, entretanto, já decidiram
seus rumos. É o caso dos professores da USP, que optaram por
não parar. Já os funcionários da
mesma instituição optaram por
entrar em greve a partir do dia 10.
Alguns campi da Unesp já pararam. A Unicamp ainda irá deliberar se mantém suas atividades. Na próxima segunda, o Cruesp se reúne com os sindicatos.
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