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EDUCAÇÃO
É a 1ª instituição de ensino superior federal a implantar a medida
UnB aprova cotas para negros e índios
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho de Ensino, Pesquisa
e Extensão da UnB (Universidade
de Brasília) aprovou ontem a adoção de cotas para estudantes negros e índios já a partir do vestibular de 2004.
A UnB é a primeira instituição
de ensino superior federal a adotar cotas para negros, já implantadas nas universidades estaduais
do Rio de Janeiro e da Bahia.
As cotas para índios estão em
estudo na Uerj (Universidade do
Estado do Rio de Janeiro). Em Cáceres (MT), funciona uma universidade destinada à comunidade
indígena, criada pelo governo do
Estado.
A medida anunciada pela UnB
-chamada de Plano de Metas
para Integração Social, Étnica e
Racial- inclui também um programa de acompanhamento da
escola pública, visando incentivar
e ajudar alunos carentes, principalmente de instituições de ensino médio da periferia, a ingressarem na universidade.
Discussão
O atual ministro da Educação,
Cristovam Buarque, já foi reitor
da UnB e defende a adoção de cotas. Para o ministro, porém, é preciso haver uma ampla discussão
antes de implantá-las em todo o
país.
No final do mês passado, a Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp) iniciou um processo de
discussão para definir qual posição adotará sobre o assunto.
A UnB vai reservar para estudantes negros, em cada vestibular, 20% das mil vagas de graduação oferecidas por semestre. A
quantidade de vagas para índios
ainda será definida por uma comissão formada ontem.
A universidade oferece 63 cursos de graduação. Atualmente 2%
dos 25 mil alunos de graduação e
pós-graduação são negros.
"É um momento histórico para
a universidade. Essa é uma maneira de combater a exclusão racial", disse Timothy Mulholland,
vice-reitor da UnB e coordenador
do conselho, que tem representantes dos docentes e dos alunos.
A medida, aprovada por 24 votos a favor, um contra e uma abstenção, vai vigorar por um prazo
de dez anos. Segundo o autor da
proposta, o professor do Departamento de Antropologia José Jorge
de Carvalho, esse é o tempo suficiente para analisar o impacto socioeconômico do programa.
Para ser incluído na cota para
negros, o estudante fará uma autodeclaração. Não serão considerados estudantes pardos.
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