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São Paulo, sábado, 07 de junho de 2003

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EDUCAÇÃO

É a 1ª instituição de ensino superior federal a implantar a medida

UnB aprova cotas para negros e índios

LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB (Universidade de Brasília) aprovou ontem a adoção de cotas para estudantes negros e índios já a partir do vestibular de 2004.
A UnB é a primeira instituição de ensino superior federal a adotar cotas para negros, já implantadas nas universidades estaduais do Rio de Janeiro e da Bahia.
As cotas para índios estão em estudo na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Em Cáceres (MT), funciona uma universidade destinada à comunidade indígena, criada pelo governo do Estado.
A medida anunciada pela UnB -chamada de Plano de Metas para Integração Social, Étnica e Racial- inclui também um programa de acompanhamento da escola pública, visando incentivar e ajudar alunos carentes, principalmente de instituições de ensino médio da periferia, a ingressarem na universidade.

Discussão
O atual ministro da Educação, Cristovam Buarque, já foi reitor da UnB e defende a adoção de cotas. Para o ministro, porém, é preciso haver uma ampla discussão antes de implantá-las em todo o país.
No final do mês passado, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) iniciou um processo de discussão para definir qual posição adotará sobre o assunto.
A UnB vai reservar para estudantes negros, em cada vestibular, 20% das mil vagas de graduação oferecidas por semestre. A quantidade de vagas para índios ainda será definida por uma comissão formada ontem.
A universidade oferece 63 cursos de graduação. Atualmente 2% dos 25 mil alunos de graduação e pós-graduação são negros.
"É um momento histórico para a universidade. Essa é uma maneira de combater a exclusão racial", disse Timothy Mulholland, vice-reitor da UnB e coordenador do conselho, que tem representantes dos docentes e dos alunos.
A medida, aprovada por 24 votos a favor, um contra e uma abstenção, vai vigorar por um prazo de dez anos. Segundo o autor da proposta, o professor do Departamento de Antropologia José Jorge de Carvalho, esse é o tempo suficiente para analisar o impacto socioeconômico do programa.
Para ser incluído na cota para negros, o estudante fará uma autodeclaração. Não serão considerados estudantes pardos.


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