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Prefeitura vai avaliar potencial econômico do projeto Nova Luz
Estudo é o primeiro que o governo vai fazer para saber se terceirização da área vai interessar à iniciativa privada
Administração vai exigir contrapartidas da empresa que vencer a licitação, como praças, escolas e centros culturais, por exemplo
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O plano urbanístico da Nova
Luz, bairro que será construído
na atual região da cracolândia,
no centro de SP, conterá também o primeiro estudo de viabilidade econômica do projeto.
A exigência constará do edital da licitação do plano urbanístico, que deverá ser lançado
no mês que vem. Até hoje, cinco
anos após o lançamento de um
programa de revitalização da
área, e mesmo após a Câmara
Municipal ter aprovado a autorização para a prefeitura fazer a
concessão urbanística da região para a iniciativa privada, a
prefeitura nunca fez um estudo
que apontasse que o projeto é
viável economicamente.
O que a gestão do prefeito
Gilberto Kassab (DEM) pretende é transferir para a iniciativa privada o direito de explorar a área pelo modelo de concessão urbanística, ainda inédito no Brasil. Por este modelo, a
empresa que vencer a licitação
terá o direito de desapropriar
os terrenos pelo preço de hoje e
lucrar com a revenda dos imóveis depois que a região estiver
valorizada. As obras da revitalização também serão bancadas,
ao menos parcialmente, pela
empresa.
Apesar de a prefeitura ter a
convicção de que o projeto interessa à iniciativa privada, só o
estudo de viabilidade econômica poderá confirmar isso.
O secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, disse que a prefeitura exigirá contrapartidas da empresa
que vencer a licitação, em forma de melhorias para a área
-novas praças, escolas e centros culturais, por exemplo.
Bucalem esclareceu que ainda não estão definidas quais
contrapartidas serão exigidas.
Isso só será estabelecido no
plano urbanístico, próxima etapa do processo.
Atualmente, a equipe de Bucalem trabalha na elaboração
do termo de referência do plano, uma espécie de carta de intenções da prefeitura para a
área. O documento descreverá
as obras que o governo quer
que sejam feitas na área, quais
imóveis terão de ser preservados, que tipo de equipamento
público (escola, posto de saúde,
delegacia) a região terá, etc.
Concluído o termo de referência, a prefeitura abrirá uma
concorrência pública para escolher o escritório de arquitetura que fará o plano urbanístico, que terá de contemplar, se
possível, tudo o que for listado
no termo de referência.
Só quando o plano urbanístico ficar pronto -dentro de
aproximadamente um ano- é
que finalmente será divulgado
exatamente o que a prefeitura
pretende para aquela região, a
mais degradada do centro, e
que se terá ideia exata da viabilidade econômica do projeto. E
aí será aberta a licitação da concessão urbanística.
Oficialmente ninguém fala
em prazos no governo, mas a
expectativa é que as desapropriações de imóveis e as obras
de revitalização só comecem
efetivamente em 2011. Antes
disso, no entanto, a prefeitura
fará a reforma de calçadas em
algumas ruas da região, como a
Santa Ifigênia.
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