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Andes quer
recurso e MEC
autonomia
da Reportagem Local
Há hoje duas propostas principais para resolver definitivamente
o problema salarial no sistema federal de ensino superior.
Pelo lado das universidades
-principalmente das entidades
dos professores- a idéia é, bem
simplesmente, que o governo deve
pôr mais dinheiro nesse setor.
A Andes (sindicato dos professores que lidera a greve) defende
que o atual sistema de ensino superior do país enfatize mais a sua
concepção original -que valoriza
os docentes com contratos em
tempo integral, desenvolvendo
ensino, pesquisa e extensão.
Para o sindicato, todos os professores com a mesma formação e
o mesmo tempo de serviço devem
receber os mesmos salários. O sindicato defende, inclusive, que esse
modelo de universidade seja estendido ao setor privado -caracterizado hoje pela ênfase apenas
no ensino.
Os reitores, em geral, concordam com isso, mas refinam essa
reivindicação com a observação
de que também é necessário racionalizar o sistema.
Racionalizar, no caso, significa
economizar nos gastos de manutenção -como contas de telefone
e água- e criar sistemas de avaliação que favoreçam a ascensão na
carreira por critérios de mérito.
"Isso já está começando a ser
feito", afirma o presidente da Andifes (entidade que reúne os dirigentes das federais), José Ivonildo
do Rêgo.
Opostos
Do lado do MEC, a idéia é praticamente oposta à da Andes: acabar com o status de funcionário
público dos professores ligados ao
governo federal.
Cada universidade receberia um
orçamento e teria de administrar
seus recursos. A carreira docente
seria adequada à missão de cada
instituição (algumas só de ensino,
outras de pesquisa).
O governo acredita que, com isso, as universidades teriam mais
responsabilidade sobre o dinheiro, o que levaria a uma administração e a carreiras mais racionais.
Não se fala em mais investimento
nesse setor.
Para implantar essa reforma, o
governo tem que aprovar uma
emenda constitucional que altere
a relação do governo com seu sistema de ensino superior. É isso
que é chamado de "autonomia".
O ministro da Educação, Paulo
Renato Souza, diz que quer aprovar a emenda da autonomia até o
final do ano.
(FR)
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