São Paulo, domingo, 7 de junho de 1998

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Andes quer recurso e MEC autonomia

da Reportagem Local

Há hoje duas propostas principais para resolver definitivamente o problema salarial no sistema federal de ensino superior.
Pelo lado das universidades -principalmente das entidades dos professores- a idéia é, bem simplesmente, que o governo deve pôr mais dinheiro nesse setor.
A Andes (sindicato dos professores que lidera a greve) defende que o atual sistema de ensino superior do país enfatize mais a sua concepção original -que valoriza os docentes com contratos em tempo integral, desenvolvendo ensino, pesquisa e extensão.
Para o sindicato, todos os professores com a mesma formação e o mesmo tempo de serviço devem receber os mesmos salários. O sindicato defende, inclusive, que esse modelo de universidade seja estendido ao setor privado -caracterizado hoje pela ênfase apenas no ensino.
Os reitores, em geral, concordam com isso, mas refinam essa reivindicação com a observação de que também é necessário racionalizar o sistema.
Racionalizar, no caso, significa economizar nos gastos de manutenção -como contas de telefone e água- e criar sistemas de avaliação que favoreçam a ascensão na carreira por critérios de mérito.
"Isso já está começando a ser feito", afirma o presidente da Andifes (entidade que reúne os dirigentes das federais), José Ivonildo do Rêgo.

Opostos
Do lado do MEC, a idéia é praticamente oposta à da Andes: acabar com o status de funcionário público dos professores ligados ao governo federal.
Cada universidade receberia um orçamento e teria de administrar seus recursos. A carreira docente seria adequada à missão de cada instituição (algumas só de ensino, outras de pesquisa).
O governo acredita que, com isso, as universidades teriam mais responsabilidade sobre o dinheiro, o que levaria a uma administração e a carreiras mais racionais. Não se fala em mais investimento nesse setor.
Para implantar essa reforma, o governo tem que aprovar uma emenda constitucional que altere a relação do governo com seu sistema de ensino superior. É isso que é chamado de "autonomia".
O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, diz que quer aprovar a emenda da autonomia até o final do ano. (FR)


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