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UNIVERSIDADES 4
O Exame Nacional de Cursos, que será realizado hoje, é obrigatório para 138.617 formandos de dez carreiras
Terceiro provão põe em xeque 395 cursos
MARTA AVANCINI
MALU GASPAR
da Reportagem Local
O terceiro Exame Nacional de
Cursos, mais conhecido como
provão, acontece hoje e vai ser a
"hora da verdade" para pelo menos 395 cursos de graduação em
todo o Brasil.
São cursos de administração, direito e engenharia civil que estão
sendo avaliados desde a primeira
edição do exame, em 96, a maioria
deles em instituições privadas.
Eles poderão sofrer sanções que
variam da suspensão do vestibular
até o fechamento daqueles que repetirem o mau desempenho dos
anos anteriores -nota igual ou
menor que C-, e não melhorarem a qualidade de ensino.
"O provão desse ano vai mostrar se as instituições levaram ou
não em conta as recomendações.
Uma nota ruim pela terceira vez
vai interferir no processo de reconhecimento e continuidade dos
cursos", diz Luiz Roberto Liza
Curi, diretor de políticas do ensino superior da Sesu (Secretaria de
Ensino Superior) do Ministério da
Educação (MEC).
O provão foi criado pelo MEC
para funcionar como um mecanismo de avaliação do ensino superior. No começo, três cursos foram avaliados. Neste ano, são dez.
Ele usa como parâmetro o desempenho dos alunos do último
ano de graduação. A partir da nota
deles, o curso recebe uma nota,
que varia de A a E.
Segundo o ministério, o exame
se articula com as chamadas
"avaliações in loco", feitas por
equipes de especialistas que vão às
instituições para analisar as condições de oferta dos cursos -titulação dos professores, condições
das bibliotecas e dos laboratórios.
Para realizar as vistorias, o MEC
priorizou os cursos que estão sendo avaliados desde 96 e que tiveram pior desempenho no exame.
As notas deste provão só serão
divulgadas em novembro. Apesar
disso, o MEC já vê coincidências
entre os resultados do provão e os
das visitas dos especialistas.
De 107 vistorias, concluiu-se que
a organização didático-pedagógica de 56% dos cursos é insuficiente, assim como a titulação dos
professores em 46% delas.
"Apenas 1% da população está
na universidade. O ensino superior vai ter que se expandir, por
isso, a política do MEC não deveria ser punitiva, mas diferenciada
para cada curso", diz José Carlos
Almeida da Silva, presidente do
Crub (Conselho de Reitores das
Universidades Brasileiras).
O MEC alega que o objetivo não
é punir. "É identificar e diagnosticar os problemas e fazer ajustes. A
intenção não é sair fechando curso
mesmo porque grande parte dos
alunos está no sistema particular", diz Curi. Em 1994, dos cerca
de 1,6 milhão de alunos no ensino
superior, 970 mil estudavam em
instituições particulares.
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