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Exame leva faculdade privada
a tornar vestibular mais difícil
da Reportagem Local
Preocupadas em melhorar ou
manter a colocação no provão,
universidades particulares estão
recorrendo até a mudanças no
vestibular para selecionar os melhores alunos.
A médio prazo, raciocinam, esses alunos podem trazer melhoria
na qualidade do ensino e, consequentemente, desempenho dessas
universidades no provão.
A mudança nos processos de seleção de candidatos começou a
ocorrer depois da aprovação da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a LDB, em 1996.
A nova lei permitiu a adoção de
novos sistemas de seleção que não
os tradicionais vestibulares.
"Em todas as discussões houve a
disposição de adotar cotas para
cada modalidade de processo seletivo, privilegiando os alunos melhor preparados", afirma Maurício Chermann, reitor da Universidade Brás Cubas e presidente da
Anup (Associação Nacional das
Universidades Particulares).
"Cogitou-se até a idéia de começar a reservar vagas para os alunos
que tenham tirado nota maior do
que sete no Exame Nacional do
Ensino Médio", diz o reitor.
O Enem é um exame voluntário
que vai ser realizado pelo MEC pela primeira vez em 30 de agosto
deste ano. O objetivo é avaliar o
aluno que sai do 2º grau.
A Universidade São Francisco
está fazendo convênios com escolas de 2º grau e faz avaliações
anuais dos alunos.
As avaliações contam pontos,
que são acumulados para a seleção
final, que dispensa o vestibular.
"Queremos ter os melhores alunos, não importa se é da escola pública ou particular. Se não fizermos isso, vamos ter problema
com o provão", diz Nelson Figueiredo Filho, presidente da Comissão do Processo de Seleção da
São Francisco.
Um processo semelhante a esse
ocorre na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).
As mudanças já começaram a
acontecer, tanto no vestibular
quanto durante o curso.
Desde o ano passado, a fundação
começou a selecionar os futuros
calouros pelo sistema de avaliação
contínua, em que os candidatos
fazem três provas, uma ao final de
cada ano do 2º grau.
Metade das 1.789 vagas é reservada a quem faz a avaliação por
esse sistema. No final, o aluno é
classificado conforme a média das
três notas. A inscrição para a avaliação custa R$ 60,00 por prova.
"A faculdade passa a ser uma
preocupação desde o primeiro
ano, o que faz com que esse aluno
chegue melhor preparado", diz
Antonio Carlos Cappabianco, diretor executivo do departamento
de processos seletivos da Faap.
(MALU GASPAR E MARTA AVANCINI)
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