São Paulo, domingo, 7 de junho de 1998

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Exame leva faculdade privada a tornar vestibular mais difícil

da Reportagem Local

Preocupadas em melhorar ou manter a colocação no provão, universidades particulares estão recorrendo até a mudanças no vestibular para selecionar os melhores alunos.
A médio prazo, raciocinam, esses alunos podem trazer melhoria na qualidade do ensino e, consequentemente, desempenho dessas universidades no provão.
A mudança nos processos de seleção de candidatos começou a ocorrer depois da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, a LDB, em 1996.
A nova lei permitiu a adoção de novos sistemas de seleção que não os tradicionais vestibulares.
"Em todas as discussões houve a disposição de adotar cotas para cada modalidade de processo seletivo, privilegiando os alunos melhor preparados", afirma Maurício Chermann, reitor da Universidade Brás Cubas e presidente da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares).
"Cogitou-se até a idéia de começar a reservar vagas para os alunos que tenham tirado nota maior do que sete no Exame Nacional do Ensino Médio", diz o reitor.
O Enem é um exame voluntário que vai ser realizado pelo MEC pela primeira vez em 30 de agosto deste ano. O objetivo é avaliar o aluno que sai do 2º grau.
A Universidade São Francisco está fazendo convênios com escolas de 2º grau e faz avaliações anuais dos alunos.
As avaliações contam pontos, que são acumulados para a seleção final, que dispensa o vestibular.
"Queremos ter os melhores alunos, não importa se é da escola pública ou particular. Se não fizermos isso, vamos ter problema com o provão", diz Nelson Figueiredo Filho, presidente da Comissão do Processo de Seleção da São Francisco.
Um processo semelhante a esse ocorre na Faap (Fundação Armando Álvares Penteado).
As mudanças já começaram a acontecer, tanto no vestibular quanto durante o curso.
Desde o ano passado, a fundação começou a selecionar os futuros calouros pelo sistema de avaliação contínua, em que os candidatos fazem três provas, uma ao final de cada ano do 2º grau.
Metade das 1.789 vagas é reservada a quem faz a avaliação por esse sistema. No final, o aluno é classificado conforme a média das três notas. A inscrição para a avaliação custa R$ 60,00 por prova.
"A faculdade passa a ser uma preocupação desde o primeiro ano, o que faz com que esse aluno chegue melhor preparado", diz Antonio Carlos Cappabianco, diretor executivo do departamento de processos seletivos da Faap. (MALU GASPAR E MARTA AVANCINI)



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