São Paulo, domingo, 7 de junho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mulher teme separação com efeito Viagra

RITA NAZARETH
da Reportagem Local

Elas não negam que estejam se aproveitando das benesses trazidas pelo Viagra, mas confessam que, assustadas com a erupção daquele "vulcão" que parecia adormecido, já começaram a armar as camas de seus amados.
Um tanto inseguras com a história do executivo americano de 70 anos que pôs fim ao casamento depois de se sentir rejuvenescido com o comprimido antiimpotência, muitas mulheres estão se munindo de todo tipo de artifício para não deixar os maridos escapar pelos lençóis.
A primeira reclamação de quem já tinha se conformado em conviver com aquele quase objeto de adorno escondido em um flácido pijama é a aceleração do ritmo de uma hora para outra.
A Pfizer, fabricante do Viagra, garante que apenas uma daquelas simples pílulas tomadas uma hora antes do "enlace" pode render de uma, duas, três até quatro horas de plena rigidez.
"De uma vez por mês, a "coisa' passou a ser semanal", diz a bancária desempregada Lúcia Oliveira, 42. "Não sei se tenho fôlego para tanto amor."
"Quando se casou comigo, meu marido afirmou que sua ex-mulher já não tinha aquele pique sexual para acompanhá-lo", afirma a vendedora Bia Salerno, 25.
"O que mais me deixa insegura é que ele não está tomando o Viagra por ter problemas de impotência, mas porque quer ter um desempenho extraordinário na cama", diz a vendedora.
Alguns médicos afirmam, no entanto, que a pílula é contra-indicada a quem não tem problemas com ereção. Segundo eles, é possível haver dependência e perda de elasticidade do pênis com o tempo (leia texto abaixo).
Táticas
Dietas para perder peso, cremes, lingeries provocantes, jantares especiais e até análise são algumas das artimanhas usadas por elas para tentar se colocar em pé de igualdade com o ritmo deles.
"Consegui emagrecer quatro quilos com um regime, mudei a coloração dos meus cabelos e estou levando meu marido para jantar fora e dançar com mais frequência", diz a professora V.P., 42, casada há oito anos, que não quer ser identificada.
Já a vendedora Valdeci de Andrade, 29, afirma que a animação do marido fez com que ela procurasse um analista quando ele começou a tomar a pílula do sexo.
"Preciso entender o que está acontecendo. Foi tudo muito rápido", diz. "Vou aproveitar o momento para fazer um balanço em minha vida."



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.