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SEGURANÇA
Categoria, que pede 41%, se diz "traída" com proposta do governador Geraldo Alckmin, que varia de 6% a 10%
Policiais podem entrar em greve por reajuste
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Policiais civis e militares de São
Paulo ameaçam fazer greve e manifestações na próxima semana,
com o apoio da Força Sindical, em
um protesto ao reajuste salarial
anunciado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
"O reajuste é uma piada. Além
disso, foi uma traição, um passa-moleque que o governador fez
com a gente", afirmou o presidente do Sindicato dos Investigadores
de Polícia do Estado de São Paulo,
João Batista Rebouças.
Alckmin anunciou ontem um
reajuste de 6% a 10% do salário-base (sem as gratificações e vantagens pessoais por tempo de serviço) para todos os policiais.
Mas o governo também implantou novos pisos salariais (salário bruto mínimo), beneficiando soldados, oficiais da PM e delegados em início de carreira.
Um policial militar não receberá menos do que R$ 1.000 no Estado. Atualmente, o piso é de R$ 750
no interior e R$ 880 na capital
paulista, segundo a Associação
Nacional de Cabos e Soldados.
Um delegado em início de carreira também não vai ganhar menos do que R$ 2.500. Hoje, o piso
na capital é de R$ 1.995,15.
Policiais civis e militares reivindicam, em campanha salarial
conjunta, o aumento de 41,04%
para todas as funções.
As entidades afirmam que o
reajuste diferenciado é uma maneira de dividir os policiais.
"O aumento diferenciado é discriminatório e desvaloriza quem
está há mais tempo na polícia",
afirmou, Vanderlei Bailoni, presidente da Associação dos Investigadores de Polícia do Estado de
São Paulo.
A "traição", segundo as entidades, ocorreu porque o governo vinha discutindo o reajuste com representantes da categoria. Em
reunião na quarta-feira, os secretários Antonio Angarita (Governo) e João Caramez (Casa Civil)
disseram às entidades que Alckmin iria informar o novo reajuste
à categoria na próxima semana.
"Ficamos sabendo do anúncio
do reajuste pela imprensa. O governador faltou com a palavra e a
categoria está revoltada e pode
parar", afirmou Bailoni.
As entidades pretendem fazer
um protesto na segunda-feira no
desfile em homenagem ao Movimento Constitucionalista de 1932,
na região do parque Ibirapuera.
Na terça-feira, os manifestantes
realizam uma nova assembléia.
"Podemos iniciar uma "greve
branca" [só atender casos de urgência]", afirmou Rebouças.
O presidente da Força Sindical,
Paulo Pereira da Silva, disse ontem que a central vai apoiar as
manifestações dos policiais.
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