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TRANSPORTE
Reajuste é 15,7% superior à inflação acumulada desde agosto de 99, data da correção anterior; PT vai à Justiça
Alckmin aumenta metrô para R$ 1,60
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A tarifa do bilhete unitário de
metrô em São Paulo vai subir para
R$ 1,60 no próximo dia 15, domingo. Esse valor, autorizado pelo governador Geraldo Alckmin
(PSDB), representa um aumento
de 14,28% em relação ao atual R$
1,40 e ultrapassa os 12,34% de inflação medidos pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP) desde agosto de
1999, data do reajuste anterior.
Os outros bilhetes da Companhia do Metropolitano tiveram
aumentos menores. O múltiplo
de dois passa de R$ 2,40 para R$
2,70 (12,5%). O múltiplo de dez,
de R$ 11,50 para R$ 12,50 (8,6%).
A elevação média, considerando
todas as tarifas, é de 12,8%.
O aumento também vale para a
CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos), cujas tarifas são iguais às do metrô, exceto
nas linhas A/D e E/F (que sobem
de R$ 1,10 para R$ 1,25).
O deputado estadual Cândido
Vaccarezza (PT) disse que vai à
Justiça na semana que vem, com
aval de seu partido, para barrar
esse reajuste. A idéia é repetir as
ações de vereadores do PSDB e da
Força Sindical, que tentaram impedir a elevação da tarifa do ônibus autorizada pela prefeita Marta Suplicy (leia texto abaixo).
A justificativa do governo do
Estado para aumentar a passagem de metrô é a alta dos custos
da empresa nos últimos dois
anos, principalmente em razão do
reajuste salarial de 7% dado aos
metroviários na semana passada,
após dois dias de greve.
Em abril, o secretário dos
Transportes Metropolitanos,
Cláudio de Senna Frederico, disse
à Folha que a situação financeira
do Metrô era de equilíbrio e que
um possível reajuste da tarifa seria proporcional ao aumento dado aos funcionários, que representam 72% das despesas da empresa. Pelo índice concedido aos
trabalhadores, os custos da tarifa
não passariam de R$ 1,50.
"De lá para cá muita coisa mudou", afirmou ontem Frederico,
citando um aumento com custos
de energia elétrica por causa da
crise do apagão. Esses gastos, que
representam 7% das despesas do
Metrô, subiram 41% desde 1999.
Frederico também minimizou o
impacto da alta do bilhete unitário, que, segundo ele, é utilizado
por apenas 7% dos usuários que
pagam a própria passagem.
O aumento anunciado pelo Estado indica uma distorção entre
as tarifas e os salários dos metroviários desde julho de 1994. De lá
para cá, segundo a Fipe, a inflação
acumulada em São Paulo ficou
em torno de 94% (considerando
uma estimativa de 1% para julho).
Enquanto isso, os preços dos bilhetes (unitário, múltiplo de dois e
de dez) subiram, em média, 181%.
Nesse mesmo período, o piso salarial da categoria aumentou 55%
(de R$ 372,19 para R$ 577,36).
O reajuste das tarifas de metrô
vai adicionar 0,07 ponto percentual na taxa de inflação de São
Paulo. "Parece pouco, mas é uma
taxa razoável diante da previsão
inicial de 4% de inflação para este
ano", disse Heron do Carmo,
coordenador do Índice de Preços
ao Consumidor da Fipe.
A previsão de inflação de 4% para 2001 não será mais atingida, e a
razão principal é a pressão das tarifas públicas. A fundação reajustou sua previsão para 5,5% nesta
semana. Só tarifas públicas e preços administrados causarão uma
inflação de 2,70% no período.
Colaborou Mauro Zafalon, da Redação
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