São Paulo, sábado, 07 de julho de 2001

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Petistas repetem tática do PSDB

DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado estadual Cândido Vaccarezza (PT) afirmou ontem que vai à Justiça na próxima semana para barrar a elevação da tarifa de metrô. Ele diz ter aval de seu partido para tomar essa medida, que representa uma resposta à posição do PSDB diante do aumento da passagem de ônibus.
Vereadores tucanos e da Força Sindical se mobilizaram no mês passado para barrar um reajuste de 21,74% autorizado pela prefeita Marta Suplicy. A tarifa de ônibus subiu de R$ 1,15 para R$ 1,40.
O juiz João André de Vincenzo, da 12ª Vara da Fazenda Pública, chegou a conceder uma liminar à Força suspendendo esse aumento. A gestão petista recorreu e conseguiu suspender a decisão.
Vaccarezza diz que vai se basear em dois aspectos para tentar vetar a nova tarifa de metrô: o reajuste foi acima da inflação; e os funcionários não tiveram elevação salarial na mesma proporção.
A guerra entre os dois partidos esteve presente durante o anúncio da alta do metrô, ontem, pelo secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico.
As relações de Frederico com a administração Marta Suplicy ficaram estremecidas principalmente após a última paralisação dos metroviários, quando o secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, quis interceder em favor dos trabalhadores.
O secretário estadual fez questão de ressaltar ontem que, pela primeira vez, poderia ser mais barato ser transportado pelo metrô do que pelos ônibus paulistanos, tomando como referência os valores dos bilhetes múltiplos de dois e de dez. Também aproveitou para ressaltar que os passageiros poderiam fazer interligações gratuitas com os sistemas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), também do Estado, que tiveram a mesma elevação de tarifa do metrô.
Frederico culpou a prefeitura pela queda de qualidade do serviço do metrô. "A deterioração arrastada dos ônibus está causando fuga de passageiros e superlotando as linhas de metrô, deteriorando nosso sistema."
O conflito entre os dois governos coloca sob risco os projetos de parceria para a ampliação do metrô em São Paulo e para a integração entre os sistemas de transporte estadual e municipal. Prefeitura e Estado chegaram a montar comissões de discussão, mas não houve acordo até agora. (AI)



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