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Plano para Congonhas não mexe com empresas aéreas
Anac vai priorizar o aumento da eficiência no aeroporto em vez de intervir na malha aérea
Para agência, só após correção de falhas na estrutura será possível analisar se são necessárias novas medidas para acabar com atrasos
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A primeira etapa do plano de
ação desenvolvido pela Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil), em parceria com o comando da Aeronáutica e a Infraero, para desafogar o tráfego
aéreo em Congonhas, vai priorizar o aumento da eficiência
no aeroporto em vez de intervir
na malha aérea das empresas.
Segundo a Folha apurou,
dentro de 30 dias serão implementadas ações de caráter operacional, como mais ônibus de
transporte de passageiros no
embarque e desembarque, uso
de áreas subaproveitadas, redistribuição de espaços de
check-in, aproveitamento de
espaços tomados por empresas
que não voam mais, como a
Vasp, entre outras medidas.
O objetivo é reduzir o tempo
das aeronaves em solo, fator
identificado pela agência como
o principal causador dos atrasos. Congonhas é considerado
um aeroporto saturado em termos de pista e de solo.
Atualmente, cada aeronave
que pousa em Congonhas leva
50 minutos para decolar novamente. Longas filas de raios-X,
atrasos no embarque e até o
tempo levado para limpeza dos
aviões entre a saída e a entrada
de passageiros são alguns dos
fatores que deverão ser combatidos. A avaliação é que só após
a correção de falhas e imperfeições na infra-estrutura será
possível medir se é necessário
implementar novas medidas
para acabar com os atrasos.
A agência pretende deixar
inalteradas as divisões de horários e espaço de pouso e decolagem entre as companhias. As
empresas que têm um determinado número de vôos em Congonhas não terão como expandir as operações no local e as
que pretendem começar a operar não poderão pleitear horários e espaços até que a situação seja normalizada.
Apesar de especialistas dizerem que a única forma de desafogar Congonhas é mexer na
malha aérea, a agência descartou essa idéia. Para eles, a Anac
deveria excluir as conexões de
Congonhas, para que o aeroporto deixasse de ser um centro de distribuição de vôos.
Congonhas deveria ser usado
apenas para vôos ponta a ponta
(sem diversos trechos em seqüência) e para atender as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Aeroportos hoje ociosos, como o Tom Jobim, no
Rio, e Confins, em Belo Horizonte, fariam as conexões.
Além do efeito sobre as companhias, um dos fatores considerados pela agência foi o início das obras em Guarulhos, ou
seja, não haverá folga no aeroporto para receber mais aviões.
Uma das pistas de pouso e
decolagem ficará interditada
durante cerca de cinco meses.
Na divisão de tarefas para
acabar com os problemas do
aeroporto, coube à FAB montar um plano de contingência
de controladores. À Anac, elaborar medidas para informações aos usuários e para reduzir o tempo dos aviões em solo
e, à Infraero, modificações e
melhorias na infra-estrutura.
A agência também aposta no
início da operação do novo sistema de informações, com as
empresas atualizando dados
sobre atrasos a cada 15 min.
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