São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

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Plano para Congonhas não mexe com empresas aéreas

Anac vai priorizar o aumento da eficiência no aeroporto em vez de intervir na malha aérea

Para agência, só após correção de falhas na estrutura será possível analisar se são necessárias novas medidas para acabar com atrasos

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A primeira etapa do plano de ação desenvolvido pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), em parceria com o comando da Aeronáutica e a Infraero, para desafogar o tráfego aéreo em Congonhas, vai priorizar o aumento da eficiência no aeroporto em vez de intervir na malha aérea das empresas.
Segundo a Folha apurou, dentro de 30 dias serão implementadas ações de caráter operacional, como mais ônibus de transporte de passageiros no embarque e desembarque, uso de áreas subaproveitadas, redistribuição de espaços de check-in, aproveitamento de espaços tomados por empresas que não voam mais, como a Vasp, entre outras medidas.
O objetivo é reduzir o tempo das aeronaves em solo, fator identificado pela agência como o principal causador dos atrasos. Congonhas é considerado um aeroporto saturado em termos de pista e de solo.
Atualmente, cada aeronave que pousa em Congonhas leva 50 minutos para decolar novamente. Longas filas de raios-X, atrasos no embarque e até o tempo levado para limpeza dos aviões entre a saída e a entrada de passageiros são alguns dos fatores que deverão ser combatidos. A avaliação é que só após a correção de falhas e imperfeições na infra-estrutura será possível medir se é necessário implementar novas medidas para acabar com os atrasos.
A agência pretende deixar inalteradas as divisões de horários e espaço de pouso e decolagem entre as companhias. As empresas que têm um determinado número de vôos em Congonhas não terão como expandir as operações no local e as que pretendem começar a operar não poderão pleitear horários e espaços até que a situação seja normalizada.
Apesar de especialistas dizerem que a única forma de desafogar Congonhas é mexer na malha aérea, a agência descartou essa idéia. Para eles, a Anac deveria excluir as conexões de Congonhas, para que o aeroporto deixasse de ser um centro de distribuição de vôos.
Congonhas deveria ser usado apenas para vôos ponta a ponta (sem diversos trechos em seqüência) e para atender as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Aeroportos hoje ociosos, como o Tom Jobim, no Rio, e Confins, em Belo Horizonte, fariam as conexões.
Além do efeito sobre as companhias, um dos fatores considerados pela agência foi o início das obras em Guarulhos, ou seja, não haverá folga no aeroporto para receber mais aviões.
Uma das pistas de pouso e decolagem ficará interditada durante cerca de cinco meses.
Na divisão de tarefas para acabar com os problemas do aeroporto, coube à FAB montar um plano de contingência de controladores. À Anac, elaborar medidas para informações aos usuários e para reduzir o tempo dos aviões em solo e, à Infraero, modificações e melhorias na infra-estrutura.
A agência também aposta no início da operação do novo sistema de informações, com as empresas atualizando dados sobre atrasos a cada 15 min.


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