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Comando da Aeronáutica quer expulsar líderes dos controladores de tráfego aéreo
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
As prisões de dois líderes dos
controladores de tráfego aéreo,
Wellington Rodrigues e Carlos
Trifilio, que presidem associações da categoria, podem acabar em expulsão da Aeronáutica. Eles são acusados de motim.
Os nomes dos dois constam
do IPM (Inquérito Policial Militar) da Aeronáutica sobre a
paralisação de 30 de março. A
pena varia de quatro a oito anos
de detenção. Pelo código militar, prisões acima de dois anos
resultam em expulsão. A punição depende da Justiça Militar.
Também foram acusados os
sargentos Edileuzo Cavalcanti,
Moisés de Almeida, o suboficial
Marques e Espindola Filho, supervisor do Cindacta-1 (Brasília), na ocasião. Apesar de ser
civil, Filho foi acusado no IPM
por crime militar. As conclusões serão analisadas pelo Ministério Público Militar. O nome de Trifilio consta do IPM da
Aeronáutica paulista. Os demais são do Cindacta-1.
Rodrigues e Trifilio foram
presos por terem denunciado
as condições de trabalho nos
centros de controle e criticado
o Comando da Aeronáutica.
Eles já haviam sido afastados
do controle comercial, acusados de serem "lideranças negativas" com outros 12 colegas.
Antes de ser preso ontem por
dez dias, Rodrigues deixou uma
mensagem eletrônica na qual
explicou que estava sendo punido pelo vídeo que encaminhou a um encontro da categoria. "Peço que mantenham a
operacionalidade para que não
venham culpar novamente os
CTAs (centros de controle do
espaço aéreo) por todos os problemas", disse.
A Ifacta (Federação Internacional de Controladores e Vôo)
e a ITF (Organização Internacional de Transporte) acionaram a OIT (Organização Internacional do Trabalho) para que
cobre das autoridades a liberação dos controladores.
Na carta encaminhada à OIT,
os presidentes das duas entidades estrangeiras afirmam que
"os trabalhadores que realizam
operações normais na avião civil devem ter os mesmos direitos que outros trabalhadores".
E alegam ser "urgente" a interferência da OIT no caso. Integrantes da FAB disseram que as
pressões para que os dois sejam
liberados não irão adiantar.
"Se a OIT aceitar interferir
na questão vai ficar muito ruim
para o Brasil", disse o procurador Fábio Fernandes, do Ministério Público do Trabalho de
São Paulo.
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