São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

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Comando da Aeronáutica quer expulsar líderes dos controladores de tráfego aéreo

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

As prisões de dois líderes dos controladores de tráfego aéreo, Wellington Rodrigues e Carlos Trifilio, que presidem associações da categoria, podem acabar em expulsão da Aeronáutica. Eles são acusados de motim.
Os nomes dos dois constam do IPM (Inquérito Policial Militar) da Aeronáutica sobre a paralisação de 30 de março. A pena varia de quatro a oito anos de detenção. Pelo código militar, prisões acima de dois anos resultam em expulsão. A punição depende da Justiça Militar.
Também foram acusados os sargentos Edileuzo Cavalcanti, Moisés de Almeida, o suboficial Marques e Espindola Filho, supervisor do Cindacta-1 (Brasília), na ocasião. Apesar de ser civil, Filho foi acusado no IPM por crime militar. As conclusões serão analisadas pelo Ministério Público Militar. O nome de Trifilio consta do IPM da Aeronáutica paulista. Os demais são do Cindacta-1.
Rodrigues e Trifilio foram presos por terem denunciado as condições de trabalho nos centros de controle e criticado o Comando da Aeronáutica. Eles já haviam sido afastados do controle comercial, acusados de serem "lideranças negativas" com outros 12 colegas.
Antes de ser preso ontem por dez dias, Rodrigues deixou uma mensagem eletrônica na qual explicou que estava sendo punido pelo vídeo que encaminhou a um encontro da categoria. "Peço que mantenham a operacionalidade para que não venham culpar novamente os CTAs (centros de controle do espaço aéreo) por todos os problemas", disse.
A Ifacta (Federação Internacional de Controladores e Vôo) e a ITF (Organização Internacional de Transporte) acionaram a OIT (Organização Internacional do Trabalho) para que cobre das autoridades a liberação dos controladores.
Na carta encaminhada à OIT, os presidentes das duas entidades estrangeiras afirmam que "os trabalhadores que realizam operações normais na avião civil devem ter os mesmos direitos que outros trabalhadores". E alegam ser "urgente" a interferência da OIT no caso. Integrantes da FAB disseram que as pressões para que os dois sejam liberados não irão adiantar.
"Se a OIT aceitar interferir na questão vai ficar muito ruim para o Brasil", disse o procurador Fábio Fernandes, do Ministério Público do Trabalho de São Paulo.


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