São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gol reduz sua previsão de ampliação da frota em 2007 e nos dois próximos anos

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Por causa da crise aérea, a Gol anunciou ontem que vai reduzir a quantidade de aviões programados para receber neste e nos próximos dois anos. A companhia vai receber 15 aeronaves a menos e acrescentou ao seu plano de frota seis aviões, ou seja, vai receber 9 a menos do que a programação anterior.
Em nota, a empresa afirmou que reduziu o crescimento de sua frota para "compatibilizar o crescimento da oferta de assentos com a capacidade do sistema de transporte aéreo".
"É uma resposta à crise", diz Mel Marques Fernandes, analista de aviação do banco Brascan. "É meio preocupante porque, se a Gol acreditasse que a crise se resolveria em pouco tempo, não mudava a programação para a frota."
A companhia reduziu sua previsão de crescimento da demanda de passageiros por vôos neste ano de 15% para 12% em comparação com 2006. "A empresa está readequando sua frota para uma nova realidade de demanda", diz Caio Dias, analista do banco Santander.
Neste ano, a companhia aérea reduziu do seu plano de frota o recebimento de um avião Boeing 737-300 (de 141 lugares) e acrescentou dois Boeings 767-300 (253 lugares).
A grande mudança foi na programação para 2008: a empresa cortou oito aviões 737-300 e outros dois 737-700 (144 lugares) e acrescentou dois 737-800 (184 lugares). Para 2009, reduziu dois aviões 737-300 e dois 737-700, e acrescentou um 737-800.
"Ela já ia devolver esses 737-300. O que fez foi acelerar a velocidade da devolução", analisou Dias. Com a nova programação, a companhia aérea vai fechar este ano com 103 aviões em sua frota, 2008 com 112 e 2009 com 118 aeronaves.
A Gol informou também seus resultados preliminares para o segundo trimestre. A receita obtida pela companhia por assento a cada quilômetro voado teve queda de 28% entre abril e junho na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o custo por assento caiu menos, 2,7%.
"Já esperávamos uma receita por assento pior, mas o custo caiu pouco em relação à queda na receita. Isso vai pressionar as margens operacionais da empresa no segundo trimestre", afirmou Mel. Os custos foram impactados pelos custos da compra da Varig, neste ano, e também pelo apagão aéreo. "Esse efeito já aconteceu no primeiro trimestre", disse ela.


Texto Anterior: Comando da Aeronáutica quer expulsar líderes dos controladores de tráfego aéreo
Próximo Texto: Entidades de controlador de vôo acionam organização do trabalho
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.