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Gol reduz sua previsão de ampliação da frota em 2007 e nos dois próximos anos
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Por causa da crise aérea, a
Gol anunciou ontem que vai reduzir a quantidade de aviões
programados para receber neste e nos próximos dois anos. A
companhia vai receber 15 aeronaves a menos e acrescentou ao
seu plano de frota seis aviões,
ou seja, vai receber 9 a menos
do que a programação anterior.
Em nota, a empresa afirmou
que reduziu o crescimento de
sua frota para "compatibilizar o
crescimento da oferta de assentos com a capacidade do sistema de transporte aéreo".
"É uma resposta à crise", diz
Mel Marques Fernandes, analista de aviação do banco Brascan. "É meio preocupante porque, se a Gol acreditasse que a
crise se resolveria em pouco
tempo, não mudava a programação para a frota."
A companhia reduziu sua
previsão de crescimento da demanda de passageiros por vôos
neste ano de 15% para 12% em
comparação com 2006. "A empresa está readequando sua
frota para uma nova realidade
de demanda", diz Caio Dias,
analista do banco Santander.
Neste ano, a companhia aérea reduziu do seu plano de frota o recebimento de um avião
Boeing 737-300 (de 141 lugares) e acrescentou dois Boeings
767-300 (253 lugares).
A grande mudança foi na
programação para 2008: a empresa cortou oito aviões 737-300 e outros dois 737-700 (144
lugares) e acrescentou dois
737-800 (184 lugares). Para
2009, reduziu dois aviões 737-300 e dois 737-700, e acrescentou um 737-800.
"Ela já ia devolver esses 737-300. O que fez foi acelerar a velocidade da devolução", analisou Dias. Com a nova programação, a companhia aérea vai
fechar este ano com 103 aviões
em sua frota, 2008 com 112 e
2009 com 118 aeronaves.
A Gol informou também seus
resultados preliminares para o
segundo trimestre. A receita
obtida pela companhia por assento a cada quilômetro voado
teve queda de 28% entre abril e
junho na comparação com o
mesmo período do ano passado. Já o custo por assento caiu
menos, 2,7%.
"Já esperávamos uma receita
por assento pior, mas o custo
caiu pouco em relação à queda
na receita. Isso vai pressionar
as margens operacionais da
empresa no segundo trimestre", afirmou Mel. Os custos foram impactados pelos custos
da compra da Varig, neste ano,
e também pelo apagão aéreo.
"Esse efeito já aconteceu no
primeiro trimestre", disse ela.
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