São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

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Turista sofre para conhecer o Cristo

Visitantes do Corcovado ficam sob assédio de taxistas, guias e flanelinhas que cobram preços extorsivos

Sanduíche mais simples custa R$ 6,50, enquanto água sem gás custa R$ 2,50; atração recebe até 10 mil pessoas por dia

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Turistas pagam seus pecados para visitar o Cristo. Atração turística que disputa ser uma das novas sete maravilhas mundiais, o Corcovado trata mal os visitantes, que ficam sob o assédio de taxistas, guias piratas e flanelinhas que cobram preços extorsivos. Ontem, um mendigo foi retirado por seguranças por, de acordo com a administração do Cristo, importunar visitantes.
A atração recebe de 3.000 a 10 mil visitantes por dia, a depender da época do ano.
O superintendente regional do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rogério Rocco, disse que ele deve ter chegado ao Corcovado por trilhas, "o que não é proibido". O Ibama administra o Parque Nacional da Floresta da Tijuca, onde fica o Corcovado.
Os problemas de quem visita o Corcovado começam na estação do trem, na rua Cosme Velho. Na chegada, o turista é abordado por taxistas e falsos guias, que tentam convencê-lo a desistir da viagem de trem. Alegam que a condução atrasa e que é sempre assaltada.
A passagem de trem custa R$ 36 (adultos) e R$ 18 (crianças de 6 a 12 anos). Os taxistas cobram até R$ 50 por pessoa. Se convencerem quatro pessoas, recebem R$ 200. No taxímetro, uma corrida igual, de 9 km, não valeria mais de R$ 20.
Na praça da estação, o guardador de carros credenciado pela Prefeitura do Rio cobra R$ 2 por duas horas, mas pede "o da caixinha" por fora. Sem saber que falava com um repórter, ele disse que o dono do carro pagava quanto quisesse, além dos R$ 2.
Quando o repórter chegou à estação, às 11h, foi abordado por um dos cerca de 20 taxistas que assediavam os visitantes. Ele disse que fazia o passeio pelo mesmo preço do trem porque era para brasileiro. Se fosse "gringo", seriam R$ 50. A proposta não foi aceita.
Em um carro sem o logotipo da Folha, o repórter foi até as Paineiras, onde ficam os carros de passeio, proibidos de seguir até o Corcovado desde que a Polícia Federal, em maio, descobriu um esquema de desvio de dinheiro dos ingressos.
No estacionamento, outra cobrança de R$ 2. Além disso, taxistas se oferecem para levar o visitante até o alto do Corcovado por quantias que variam de R$ 10 a R$ 15 -um trajeto de 2,5 km. A opção é uma van, que cobra R$ 10. Já no Corcovado, se sentir sede, o turista tem que pagar R$ 3 pela água com gás (garrafa pequena). A sem gás custa R$ 2,50. Um misto quente, o sanduíche mais barato, custa R$ 6,50.


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