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Turista sofre para conhecer o Cristo
Visitantes do Corcovado ficam sob assédio de taxistas, guias e flanelinhas que cobram preços extorsivos
Sanduíche mais simples custa R$ 6,50, enquanto água sem gás custa R$ 2,50; atração recebe até
10 mil pessoas por dia
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Turistas pagam seus pecados
para visitar o Cristo. Atração
turística que disputa ser uma
das novas sete maravilhas
mundiais, o Corcovado trata
mal os visitantes, que ficam sob
o assédio de taxistas, guias piratas e flanelinhas que cobram
preços extorsivos. Ontem, um
mendigo foi retirado por seguranças por, de acordo com a administração do Cristo, importunar visitantes.
A atração recebe de 3.000 a
10 mil visitantes por dia, a depender da época do ano.
O superintendente regional
do Ibama (Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Rogério Rocco, disse que ele deve
ter chegado ao Corcovado por
trilhas, "o que não é proibido".
O Ibama administra o Parque
Nacional da Floresta da Tijuca,
onde fica o Corcovado.
Os problemas de quem visita
o Corcovado começam na estação do trem, na rua Cosme Velho. Na chegada, o turista é
abordado por taxistas e falsos
guias, que tentam convencê-lo
a desistir da viagem de trem.
Alegam que a condução atrasa e
que é sempre assaltada.
A passagem de trem custa R$
36 (adultos) e R$ 18 (crianças
de 6 a 12 anos). Os taxistas cobram até R$ 50 por pessoa. Se
convencerem quatro pessoas,
recebem R$ 200. No taxímetro,
uma corrida igual, de 9 km, não
valeria mais de R$ 20.
Na praça da estação, o guardador de carros credenciado
pela Prefeitura do Rio cobra R$
2 por duas horas, mas pede "o
da caixinha" por fora. Sem saber que falava com um repórter, ele disse que o dono do carro pagava quanto quisesse,
além dos R$ 2.
Quando o repórter chegou à
estação, às 11h, foi abordado
por um dos cerca de 20 taxistas
que assediavam os visitantes.
Ele disse que fazia o passeio pelo mesmo preço do trem porque era para brasileiro. Se fosse
"gringo", seriam R$ 50. A proposta não foi aceita.
Em um carro sem o logotipo
da Folha, o repórter foi até as
Paineiras, onde ficam os carros
de passeio, proibidos de seguir
até o Corcovado desde que a
Polícia Federal, em maio, descobriu um esquema de desvio
de dinheiro dos ingressos.
No estacionamento, outra
cobrança de R$ 2. Além disso,
taxistas se oferecem para levar
o visitante até o alto do Corcovado por quantias que variam
de R$ 10 a R$ 15 -um trajeto
de 2,5 km. A opção é uma van,
que cobra R$ 10. Já no Corcovado, se sentir sede, o turista
tem que pagar R$ 3 pela água
com gás (garrafa pequena). A
sem gás custa R$ 2,50. Um misto quente, o sanduíche mais barato, custa R$ 6,50.
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