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FOCO
Novas leis transformam Anchieta e Hipólito da Costa em heróis nacionais
DE BRASÍLIA
O que define um herói: o
reconhecimento popular ou
uma lei? No Brasil, a segunda
opção. Por sugestão de deputados, senadores e presidentes, eles são 19 e estão inscritos no livro "Heróis da Pátria", no Panteão da Pátria e
da Liberdade, em Brasília.
Ontem, o presidente em
exercício, José Alencar, sancionou duas leis tornando o
padre José de Anchieta e o
jornalista Hipólito da Costa
os novos heróis nacionais.
Entre eles, nada de jogadores de futebol como Pelé e
Garrincha ou grandes nomes
da literatura, como Machado
de Assis e Euclides da Cunha.
A maior parte dos homenageados é formada por militares que atuaram nos séculos 18 e 19, muitos ligados à
definição das fronteiras e defesa nacional. Mas há também a enfermeira Anna Nery,
o índio Sepé Tiaraju, personagem de Erico Verissimo,
Basílio da Gama, e Zumbi dos
Palmares.
A homenagem aos heróis
nacionais existe desde 1986,
quando foi construído o Panteão. O primeiro a ser inscrito
foi Tiradentes, por homenagem do ex-presidente José
Sarney, que editou uma medida provisória também estabelecendo Deodoro da Fonseca como herói.
Todas as outras propostas
passaram pelo Congresso.
Os projetos de lei são, com
frequência, apresentados
por políticos da mesma região do homenageado. Caso
do líder seringueiro Chico
Mendes, assassinado em
1988, alçado a herói pela hoje
candidata à Presidência pelo
PV, Marina Silva (AC).
O senador Osmar Dias
(PDT-PR) emplacou no livro
Ildefonso Pereira Correia, o
Barão do Serro Azul, sob o argumento de que ele foi "banido dos livros de historia".
O barão possuía um engenho de erva-mate. Ele atuou
na Revolução Federalista e
negociou a não invasão de
Curitiba. No projeto, Dias
afirma que o barão "foi um
autêntico empreendedor do
século 19, líder político e defensor da paz".
(JOHANNA NUBLAT e SIMONE IGLESIAS)
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