DO "AGORA"

Para limpar a sujeira produzida pelos 1.400 alunos do CEU Jambeiro, em Lajeado (zona leste de São Paulo) -inaugurado na última sexta-, a prefeitura teve de improvisar. Cerca de 30 pessoas, entre pais de alunos e funcionários da Coordenadoria de Educação de Guaianases e da Operação Trabalho, assumiram, desde anteontem, a limpeza da unidade.
Os CEUs (Centro Educacional Unificados) são a principal bandeira da prefeita Marta Suplicy (PT) para as eleições de 2004.
A limpeza foi improvisada porque o contrato com a empresa escolhida para prestar o serviço (a Whiteness) ainda não foi assinado. A previsão é que isso seja feito até o final desta semana e que os 84 funcionários comecem a trabalhar na semana seguinte. O contrato tem duração de seis meses.
Como é um reforço de última hora, as mães fazem serviços emergenciais, como a limpeza das salas de aula, do pátio e dos banheiros. Não limpam, por exemplo, as piscinas, cujo serviço requer funcionários especializados.
Ontem, elas disseram que estavam fazendo o serviço voluntariamente e que não foram informadas de que receberiam algo pelos dias trabalhados. A Secretaria Municipal da Educação informou, porém, que elas serão remuneradas, mas que o valor ainda não foi definido. O trabalho deve durar cerca de 15 dias.
A seleção dos futuros funcionários da limpeza, segundo o gerente comercial da Whiteness, Hegesipo Servio, não levará mais do que uma semana. Porém o processo só começará a ser feito após a assinatura do contrato.
A fila para concorrer a uma vaga de auxiliar de limpeza em CEUs da zona leste provocou ontem a interdição da rua Álvaro Machado Pedrosa, no Tucuruvi (zona norte), obrigando homens da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana a cercar a área para evitar tumulto. No local, fica a empresa Qualitécnica, com quem a prefeitura assinará um contrato emergencial para garantir a limpeza dos CEUs Rosa da China, Aricanduva e São Mateus. O salário é de R$ 323,65. Ontem, cerca de 4.000 pessoas se candidataram.

Outro lado
O coordenador de Educação de Guaianases, Pedro Testi, informou que o atraso no início do trabalho dos funcionários da limpeza deve-se a "trâmites burocráticos típicos do processo de contratação de emergência". Ele diz que o pagamento das mães que estão trabalhando temporariamente será feito com recursos que a Secretaria da Educação encaminha mensalmente a escolas e creches.


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