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Na posse, Gaudenzi defende diretoria atual da Infraero
Ao assumir ontem a presidência da estatal, engenheiro evitou se comprometer com mudanças imediatas na diretoria
Antes de ser eleito, Sérgio Gaudenzi disse que vai trabalhar para que o serviço prestado aos usuários de aeroportos "melhore muito"
Luiz Carlos Marauskas/Folha Imagem
![](../images/c0708200701.jpg) |
Funcionários em barranco que desmoronou na cabeceira da pista de Congonhas |
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O engenheiro Sérgio Gaudenzi assumiu ontem a presidência da Infraero (Empresa
Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária) reclamando do
atendimento recebido pela população nos aeroportos e defendendo a diretoria atual da
estatal, que é alvo de suspeitas.
"Como usuário, direi que não
fico satisfeito com a prestação
de serviço. Devo trabalhar para
que a prestação de serviço melhore muito", afirmou Gaudenzi, antes de ser eleito pelo Conselho de Administração da Infraero por unanimidade.
Ao ser indagado sobre as suspeitas que recaem sobre alguns
dos diretores, Gaudenzi evitou
se comprometer com mudanças imediatas. "Não quero fazer
prejulgamentos, porque depois
pode parecer que estamos com
desconfiança do diretor A ou B.
Para desconfiar de alguém, é
preciso ter um processo regular, provando alguma coisa. Como isso não existe, não quero
que pensem que estou mudando as pessoas."
O novo presidente ressaltou,
por outro lado, que assume
com "carta branca" do ministro
Nelson Jobim (Defesa) e que
pode substituir qualquer funcionário da estatal.
A título de comparação, Gaudenzi disse que na presidência
da AEB (Agência Espacial Brasileira) não fez nenhuma indicação política. "Dirigi a agência
durante três anos sem fazer indicações políticas, tratando
com cientistas e técnicos."
Questionado sobre sua indicação ao cargo, Gaudenzi afirmou: "Sou político, mas não
sou uma indicação política". Na
seara política, Gaudenzi é filiado ao PSB e define o ex-ministro da Defesa Waldir Pires como "amigo-irmão". O engenheiro foi secretário de Fazenda de Pires durante seu governo na Bahia, na década de 1980.
Ele conheceu Jobim quando os
dois foram deputados federais,
de 1991 a 1995.
O engenheiro também é amigo de seu antecessor, o brigadeiro José Carlos Pereira, com
quem estudou em Salvador.
Sobre aeroportos, Gaudenzi
disse ter um conhecimento do
ponto de vista do usuário. Considerou o novo cargo um "desafio" e explicou que seu trabalho
terá "foco na segurança total do
passageiro".
O conselho se reuniu ontem
pela primeira vez sob a presidência de Jobim, que, ao assumir o cargo, se apresentou como "maestro" do setor aéreo e
mandou o recado "aja ou saia"
aos seus subordinados.
Segundo um participante da
reunião do Conselho de Administração ouvido pela Folha,
Jobim foi só elogios a Pereira,
que aparentou ter ficado "emocionado". Em nenhum momento houve críticas à conturbada gestão do brigadeiro, fortemente criticada pelo Palácio
do Planalto.
"É um prazer enorme estar
com Sérgio Gaudenzi. Nós fizemos o ginásio juntos", disse Pereira durante o evento, segundo nota oficial distribuída ontem pelo Ministério da Defesa.
(IURI DANTAS e PEDRO DIAS LEITE)
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