São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2007

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Na posse, Gaudenzi defende diretoria atual da Infraero

Ao assumir ontem a presidência da estatal, engenheiro evitou se comprometer com mudanças imediatas na diretoria

Antes de ser eleito, Sérgio Gaudenzi disse que vai trabalhar para que o serviço prestado aos usuários de aeroportos "melhore muito"

Luiz Carlos Marauskas/Folha Imagem
Funcionários em barranco que desmoronou na cabeceira da pista de Congonhas


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O engenheiro Sérgio Gaudenzi assumiu ontem a presidência da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) reclamando do atendimento recebido pela população nos aeroportos e defendendo a diretoria atual da estatal, que é alvo de suspeitas.
"Como usuário, direi que não fico satisfeito com a prestação de serviço. Devo trabalhar para que a prestação de serviço melhore muito", afirmou Gaudenzi, antes de ser eleito pelo Conselho de Administração da Infraero por unanimidade.
Ao ser indagado sobre as suspeitas que recaem sobre alguns dos diretores, Gaudenzi evitou se comprometer com mudanças imediatas. "Não quero fazer prejulgamentos, porque depois pode parecer que estamos com desconfiança do diretor A ou B. Para desconfiar de alguém, é preciso ter um processo regular, provando alguma coisa. Como isso não existe, não quero que pensem que estou mudando as pessoas."
O novo presidente ressaltou, por outro lado, que assume com "carta branca" do ministro Nelson Jobim (Defesa) e que pode substituir qualquer funcionário da estatal.
A título de comparação, Gaudenzi disse que na presidência da AEB (Agência Espacial Brasileira) não fez nenhuma indicação política. "Dirigi a agência durante três anos sem fazer indicações políticas, tratando com cientistas e técnicos."
Questionado sobre sua indicação ao cargo, Gaudenzi afirmou: "Sou político, mas não sou uma indicação política". Na seara política, Gaudenzi é filiado ao PSB e define o ex-ministro da Defesa Waldir Pires como "amigo-irmão". O engenheiro foi secretário de Fazenda de Pires durante seu governo na Bahia, na década de 1980. Ele conheceu Jobim quando os dois foram deputados federais, de 1991 a 1995.
O engenheiro também é amigo de seu antecessor, o brigadeiro José Carlos Pereira, com quem estudou em Salvador.
Sobre aeroportos, Gaudenzi disse ter um conhecimento do ponto de vista do usuário. Considerou o novo cargo um "desafio" e explicou que seu trabalho terá "foco na segurança total do passageiro".
O conselho se reuniu ontem pela primeira vez sob a presidência de Jobim, que, ao assumir o cargo, se apresentou como "maestro" do setor aéreo e mandou o recado "aja ou saia" aos seus subordinados.
Segundo um participante da reunião do Conselho de Administração ouvido pela Folha, Jobim foi só elogios a Pereira, que aparentou ter ficado "emocionado". Em nenhum momento houve críticas à conturbada gestão do brigadeiro, fortemente criticada pelo Palácio do Planalto.
"É um prazer enorme estar com Sérgio Gaudenzi. Nós fizemos o ginásio juntos", disse Pereira durante o evento, segundo nota oficial distribuída ontem pelo Ministério da Defesa. (IURI DANTAS e PEDRO DIAS LEITE)


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