São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

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Líderes em propaganda, Unip e Uniban estão entre as mais mal avaliadas em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Duas das universidades particulares que mais investem em propaganda em São Paulo, Unip e Uniban, estão entre as que mais tiveram cursos mal avaliados, com nota 2. Segundo o Ministério da Educação, esses cursos não têm condições de continuar funcionando.
A Unip, que teve 13 cursos com nota 2 (educação física, nutrição, enfermagem e farmácia, em diversos campi), diz que "o fato de a nota do Enade não constar do histórico escolar do estudante faz que haja a possibilidade de ele não se empenhar na resolução da prova".
Para a instituição, "somente após a verificação das reais condições de funcionamento do curso é que se poderá chegar ao diagnóstico final".
Já a Uniban, que teve 11 cursos com nota 2 (nutrição, biomedicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia e odontologia, em diversos campi), diz que "os alunos concluintes obtiveram, nos cursos analisados, desempenho acima do esperado".
De acordo com a Uniban, os dados do Inep-MEC não levam em consideração o conceito do CPP (Conceito Preliminar de Curso), que exige para a composição da média final a nota atribuída do seu corpo docente, da infra-estrutura e da condição socioeconômica do aluno e representa 30% da nota final. A Folha, porém, usou esse conceito na análise do resultado.
A Esefap, que teve no curso de educação física a avaliação mais baixa do Enade no Estado de São Paulo (nota 1), diz acreditar "que ainda seja muito cedo para uma resposta mais clara das instituições de ensino cujos cursos não obtiveram boas notas", mas que os números do MEC são "frios".
"O perfil do nosso alunado é de trabalhador e 60% dos estudantes vêm de cidades vizinhas. Vêm e voltam de ônibus todos os dias", afirma Robinson Ricci, diretor-geral da Esefap.
A PUC de São Paulo, que teve o curso de serviço social com nota 2, diz que atribui esse resultado "ao boicote dos alunos ao exame". Em Campinas, a PUC diz "ter tomado conhecimento do resultado do Enade, mas que só se pronunciará sobre o assunto amanhã [hoje]". A universidade obteve nota 2 para o curso de serviço social.
Em Ribeirão Preto, a Unaerp, que teve nota 2 para o curso de medicina, afirma que "a nota obtida pelos alunos representa uma única etapa da avaliação".
"A participação descompromissada desses alunos em um exame com fragilidades metodológicas compromete a instituição", diz, em nota, Luiz Carlos Alves de Sousa, coordenador do curso de medicina. (VQG)


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