Rapaz, que se recusou a fazer o teste do bafômetro, pagou fiança e foi liberado

DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um gerente de 24 anos é acusado pela polícia de atropelar e matar, às 21h30 de sábado, o garçom João Alves Pereira, 26, e de ter fugido sem prestar socorro, de acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública.
O acidente aconteceu perto da praça Vaticano, onde as avenidas Europa e Cidade Jardim se emendam, na zona oeste de São Paulo.
Fernando Ximenes Pinto só foi preso em flagrante porque um motoqueiro que testemunhou o choque perseguiu seu Audi A3 até a loja de conveniência de um posto de gasolina, na rua Colômbia, onde o motorista foi preso.
Na delegacia, o gerente, que responderá por homicídio culposo, recusou-se a passar pelo bafômetro e foi liberado após fiança de R$ 1.500.
O boletim de ocorrência diz que o gerente "aparentava ter ingerido bebida alcoólica". Exame de sangue poderá comprovar a suspeita.
De acordo com o chaveiro Marco dos Santos, que viu o acidente, Fernando estava em alta velocidade. "Uns 80 km/h. O rapaz pareceu ter morrido na hora", afirma. A morte foi confirmada mais tarde, no Hospital das Clínicas.
Fernando não atendeu aos pedidos de entrevista da Folha, que contatou sua família. No depoimento à polícia, disse que a vítima "se jogou contra o automóvel". Logo após o atropelamento, contou, perdeu o controle do carro, rodou na pista e fugiu porque "não queria ver o estado em que a vítima ficou".
O garçom nasceu em Condeúba (BA) e vivia em Osasco, (Grande SP). A reportagem não localizou a família.
Na segunda passada, um caso semelhante: o empresário Fábio Melgar, 29, foi preso acusado de atropelar com sua BMW o catador de latinhas Adriano Pereira, 20, em Itaquera. Foi perseguido por um taxista que testemunhou o acidente. Solto após pagar fiança, responderá por homicídio culposo.


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