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Queda de fugas piora lotação
da Reportagem Local
Os Distritos Policias da cidade de
São Paulo registraram ontem um
novo recorde de superlotação.
Nunca suas 92 delegacias abriga
ram tantos presos -esse número
chegou a 8.099.
Esses detentos dividem celas que
foram feitas para abrigar cerca de
1.500 pessoas. Em 2 de janeiro pas
sado, havia no mesmo espaço
6.648 presos. O aumento foi de
21,83% em nove meses.
Enquanto isso, as rebeliões nos
distritos policiais da cidade até an
teontem, 18, já ultrapassaram o to
tal do ano de 1996 (16).
A superlotação foi um dos prin
cipais motivos das rebeliões nas
delegacias, segundo os amotina
dos. Por isso, ele pedem a transfe
rência dos presos condenados pa
ra penitenciárias, que estão menos
lotadas.
Os meses com o maior número
de revoltas carcerárias foram feve
reiro, maio e setembro, cada um
deles com três casos.
Segundo a polícia, a redução dos
números de fugas e de fugitivos
ajudou a aumentar os casos de re
voltas.
O número de fugas caiu de 168
(1996) para 103 (1997), e o de fugi
tivos passou de 1.324 (1996) para
755 (1997). Essa estatística só inclui
casos de janeiro a setembro.
"Acredito que 99% das rebeliões
foram represálias às fugas frustra
das", afirmou o delegado Mauro
de Andrade, 56, que trabalha des
de 1986 na Divisão da Carcerária
do Decap (Departamento de Polí
cia Judiciária da Capital).
De acordo com Andrade, um
exemplo disso foi a rebelião, an
teontem, dos 140 detentos do 33º
DP, em Pirituba (zona noroeste).
Eles tentaram escapar domingo
de madrugada cavando dois tú
neis. Após a descoberta do plano,
eles dominaram dois investigado
res e os mantiveram como reféns
por três horas. Os detentos exi
giam a transferência de 40 presos.
Segundo Andrade, nos primei
ros dias de outubro já acontece
ram uma rebelião e três fugas (oito
fugitivos). "Não é possível recu
perar um preso numa delegacia,
onde ele nem pode trabalhar. Você
só o deixa pior", disse.
(MG)
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