São Paulo, terça, 7 de outubro de 1997.



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Casa de Detenção teve cinco revoltas em 97

da Reportagem Local

Das 14 rebeliões nas penitenciá rias -estabelecimentos reserva dos a presos condenados pela Jus tiça-, 5 aconteceram em num mesmo presídio: a Casa de Deten ção de São Paulo. Em 1996, 5 dos 7 motins ocorreram lá.
Outras 3 -casas de detenção de Sorocaba e de São Vicente e Peni tenciária Feminina da capital- concentraram 6 rebeliões em 97.
O número de rebeliões em peni tenciárias do Estado de São Paulo é o maior desde 1995 e já atingiu quase a soma dos casos registrados nos dois anos anteriores (16).
Para o coordenador da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de São Paulo, Armando Tambelli Júnior, 40, este ano é marcado, em relação aos anteriores, pelo grande cresci mento da população carcerária.
No Censo Penitenciário de 1996, a Secretaria da Administração Pe nitenciária divulgou que havia no Estado cerca de 30 mil presos nos presídios. Na semana passada, es se número havia chegado a 36 mil.
"Há presídios superlotados, co mo a Penitenciária do Estado e a Casa de Detenção de São Paulo", diz Tambelli Júnior. A Penitenciá ria e a Detenção, como são conhe cidas, são os maiores presídios sob o controle da secretaria e abrigam cerca de 8.000 presos.
"A maior parte das rebeliões nos presídios não aconteceu por causa da superlotação, mas por causa dos problemas criados por essa si tuação", disse Tambelli Júnior.
Entre esses problemas estaria o agravamento, devido à superlota ção, da corrupção e do tráfico de drogas. A secretaria possui 8.500 agentes de segurança para cuidar dos 43 presídios paulistas. Existem outros 3.010 funcionários admi nistrativos na secretaria.
Segundo o coordenador, embo ra as condições de alimentação, saúde e assistência judiciária te nham melhorado em alguns presí dios (ele cita os casos de Pirajuí, Avaré e Presidente Venceslau, to dos no interior do Estado), ainda há demora na concessão de benefí cios aos presos pelo Judiciário.
Entre os benefícios estão a pro gressão de cumprimento da pena -poder trocar uma prisão fecha da por uma semi-aberta, com di reito a trabalhar fora de dia e voltar à noite- e o direito de trabalhar -cada três dias de trabalho na ca deia representam um a menos na pena do detento. (MG)


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