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Casa de Detenção teve cinco revoltas em 97
da Reportagem Local
Das 14 rebeliões nas penitenciá
rias -estabelecimentos reserva
dos a presos condenados pela Jus
tiça-, 5 aconteceram em num
mesmo presídio: a Casa de Deten
ção de São Paulo. Em 1996, 5 dos 7
motins ocorreram lá.
Outras 3 -casas de detenção de
Sorocaba e de São Vicente e Peni
tenciária Feminina da capital-
concentraram 6 rebeliões em 97.
O número de rebeliões em peni
tenciárias do Estado de São Paulo é
o maior desde 1995 e já atingiu
quase a soma dos casos registrados
nos dois anos anteriores (16).
Para o coordenador da Pastoral
Carcerária da Arquidiocese de São
Paulo, Armando Tambelli Júnior,
40, este ano é marcado, em relação
aos anteriores, pelo grande cresci
mento da população carcerária.
No Censo Penitenciário de 1996,
a Secretaria da Administração Pe
nitenciária divulgou que havia no
Estado cerca de 30 mil presos nos
presídios. Na semana passada, es
se número havia chegado a 36 mil.
"Há presídios superlotados, co
mo a Penitenciária do Estado e a
Casa de Detenção de São Paulo",
diz Tambelli Júnior. A Penitenciá
ria e a Detenção, como são conhe
cidas, são os maiores presídios sob
o controle da secretaria e abrigam
cerca de 8.000 presos.
"A maior parte das rebeliões nos
presídios não aconteceu por causa
da superlotação, mas por causa
dos problemas criados por essa si
tuação", disse Tambelli Júnior.
Entre esses problemas estaria o
agravamento, devido à superlota
ção, da corrupção e do tráfico de
drogas. A secretaria possui 8.500
agentes de segurança para cuidar
dos 43 presídios paulistas. Existem
outros 3.010 funcionários admi
nistrativos na secretaria.
Segundo o coordenador, embo
ra as condições de alimentação,
saúde e assistência judiciária te
nham melhorado em alguns presí
dios (ele cita os casos de Pirajuí,
Avaré e Presidente Venceslau, to
dos no interior do Estado), ainda
há demora na concessão de benefí
cios aos presos pelo Judiciário.
Entre os benefícios estão a pro
gressão de cumprimento da pena
-poder trocar uma prisão fecha
da por uma semi-aberta, com di
reito a trabalhar fora de dia e voltar
à noite- e o direito de trabalhar
-cada três dias de trabalho na ca
deia representam um a menos na
pena do detento.
(MG)
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