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Ex-terceiro-sargento diz que não houve agressões quando esteve na ação
Policial solto do caso Diadema
nega crimes na favela Naval
da FT
O ex-terceiro-sargento Reginaldo José dos Santos nega que
tenha praticado qualquer crime
na favela Naval, em Diadema
(Grande SP) e diz que agora
quer recomeçar a vida.
Ele foi solto na semana passada por determinação do Tribunal de Justiça, que excluiu a acusação de formação de quadrilha
contra os réus.
(SÍLVIA CORRÊA)
Pergunta - Como as ações foram determinadas?
Reginaldo José dos Santos -
Há uma escala de serviço. Quem
determina é o comandante.
Pergunta - Quem determinou
as blitze na Naval?
Santos - Eram blitze para
combater o tráfico em Diadema.
Na época, era o coronel Matheus (tenente-coronel Pedro
Pereira Matheus).
Pergunta - Que dias o sr. participou da ação na Naval?
Santos - Para mim aquilo
não foi ação. Para mim aquilo ali
era um serviço normal. Eu trabalhei normalmente no dia 4 e
no dia 6 de março. No dia 4, fiquei 12 minutos lá, parado. Revistamos uns dois, três carros;
três, quatro pessoas. E a fita
mostra uma abordagem lícita.
Pergunta - Vocês estavam em
patrulhamento e passaram na
favela?
Santos - É. Abordamos algumas pessoas no dia 4.
Pergunta - E no dia 6?
Santos - No dia 6 mudaram
os horários. Passamos a entrar
às 18h. Era o primeiro dia do aspirante Góes com a gente à noite. O aspirante conversou com
todos nós. Tinha uma desapropriação no dia 7 e três policiais
que teriam que estar lá ainda
não tinham sido avisados. O aspirante passou a missão para
mim e nesse dia eu não fui à Naval. Góes perguntou pelos pontos negros e eu falei as favelas da
Coca, Naval e do Arco-Íris.
Pergunta - O sr. chegou sozinho?
Santos - Eu e meu motorista,
o soldado Bonfim.
Pergunta - O motorista estava
em trajes civis?
Santos - O civil estava de carona comigo. Um amigo do soldado Bonfim que arruma muitas viaturas da PM... Ele estava
no largo de Piraporinha e iria até
o Jardim Promissão e demos
uma carona para ele. Aí cheguei
lá. Foi a hora que o Volks saiu e
falaram que eu furei o pneu. O
pneu estava manchado, pensei
que era sangue e fui dar uma
olhada. Passei a tampa da caneta
nos dois pneus.
Pergunta - Quando o sr. ficou
sabendo do disparo?
Santos - Umas 3h. Nós não
sabíamos um monte de coisa. O
disparo foi depois que eu passei
lá. Eu soube da fita no dia 26.
Pergunta - O sr. quer a reintegração porque quer voltar ou
porque é a única opção?
Santos - Eu gosto da PM
(chora). Dezoito anos da minha
vida jogados. Eu choro quando
lembro negócio de ladrão, que
eu estava roubando dinheiro. Aí
dizem que você pediu dinheiro
para reportagem. Por mim eu
teria sumido.
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