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CADEIAS EXPLOSIVAS 2
Quatro presos e três PMs ficam feridos em confronto; rebelião começou após tentativa de fuga
PM invade cadeia e contém motim em Jacareí
da Folha Vale
Duas semanas após a posse do
novo comando, a Polícia Militar
travou anteontem o primeiro confronto com presos para encerrar
uma rebelião em Jacareí (68 km de
São Paulo).
Há duas semanas o controle da
Polícia Militar de São Paulo passou
para as mãos do coronel Carlos Alberto de Camargo. Ele assumiu no
lugar do coronel Claudionor Lisboa.
Na rebelião em Jacareí, 25 PMs
entraram armados de revólveres e
cassetetes para conter cerca de 80
presos, que ameaçavam fugir e
matar outros detentos. A cadeia
estava com 129 presos e comporta
apenas 80.
No confronto, quatro presos e
três PMs ficaram feridos. Um pouco antes, quatro amotinados já haviam se ferido em razão de brigas
entre detentos rivais.
Entre os feridos, o preso Luciano
Aparecido Ribeiro sofreu várias
fraturas e está internado na Santa
Casa da cidade.
Segundo o hospital, seu estado
de saúde é delicado. De acordo
com a polícia, ele foi ferido por
companheiros de cela.
Os demais feridos durante a rebelião já foram liberados e passam
bem. O comandante da PM de Jacareí, Benedito Luiz de Castro, disse que a atitude foi inevitável.
"Os presos queriam matar seus
companheiros e poderiam fugir a
qualquer momento."
Segundo o comandante, os PMs
atiraram para cima e entraram em
confronto com os presos. Foram
jogadas também bombas de efeito
moral para conter os amotinados.
O motim durou três horas.
Ontem, o novo comandante da
PM paulista estava participando
de uma solenidade e não foi localizado pela Folha para comentar a
atitude dos policiais.
Motim
Segundo o delegado assistente da
delegacia seccional de Jacareí,
Aguinaldo Fracarolli, o movimento dos presos começou depois de
uma tentativa de fuga.
A movimentação teria sido descoberta por denúncias de outros
detentos.
"Os presos serraram as grades e
dominaram o pátio. Aí eles começaram a brigar entre si e a ameaçar
de morte os presos detidos por estupro."
Os detentos queimaram colchões, quebraram paredes, serraram grades e danificaram a instalação elétrica e a rede de esgoto.
Peças de ferro e de madeira foram usadas com armas pelos presos durante o confronto.
A polícia informou que vários
dos colchões foram queimados em
frente à cela dos estupradores, na
tentativa de asfixiá-los.
Até ontem, 20 presos haviam sido transferidos para cadeias da região.
Motim em Jacareí durou
3
horas e deixou sete pessoas feridas;
cadeia comportava 129 presos, mas tem
capacidade para 80
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