|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA PÚBLICA
Relatório da PM é baseado em dados de 1997 a 2002; detenção de adolescentes subiu 827% no período
Crimes violentos crescem 143% em Minas
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Relatório da Polícia Militar de
Minas Gerais concluído em agosto aponta que o total de crimes
violentos registrados no Estado
cresceu 143% -de 33.771 em
1997 para 82.116 em 2002.
São computados como violentos os crimes de homicídio, sequestro e cárcere privado, roubo,
latrocínio e estupro.
Com isso, o índice de crimes
violentos por grupo de 100 mil habitantes subiu de 198,85 para
446,66. O número de prisões subiu 43,71% no mesmo período.
Já as apreensões de crianças e
adolescentes cresceram, respectivamente, 509,82% e 826,62%.
As informações reunidas pela
PM mineira se referem aos dois
últimos anos (1997 e 1998) do governo Eduardo Azeredo (PSDB) e
ao governo Itamar Franco
(PMDB), que foi de 1999 a 2002.
A escalada da violência, no entanto, permanece na gestão Aécio
Neves (PSDB), como mostram os
levantamentos. No primeiro quadrimestre do ano, em comparação com o mesmo período de
2002, houve aumento de 9% nos
registros de todos os crimes.
À atual crise da segurança, somam-se denúncias contra policiais. Só neste ano, a Promotoria
de Defesa dos Direitos Humanos
do Estado propôs ações penais
contra 180 policiais (130 militares
e 50 civis), por crimes que vão de
abusos de autoridade a tortura.
Em 2002, foram 271 denunciados
(154 militares e 117 civis).
Nove policiais -entre civis e
militares- foram condenados
neste ano por casos de tortura.
Outros 15 estão sendo julgados
por corrupção, extorsão de dinheiro e tráfico, em suposto esquema denunciado por prostitutas e traficantes.
Há também indícios de formação de grupos de extermínio, como revela dossiê da Ouvidoria de
Polícia do Estado entregue na semana passada à relatora especial
sobre execuções sumárias da
ONU, Asma Jahangir.
Um dos dez casos listados no relatório refere-se ao assassinato,
em julho, dos assaltantes Anderson José Alves Batista, 27, e Evandro Ribeiro Soares, 18. As cabeças
foram encontradas sem os corpos
em diferentes pontos da região
metropolitana de Belo Horizonte.
A cabeça de Batista foi achada
no mesmo local onde, três dias
antes, um policial civil havia sido
morto, o que levantou a suspeita
de vingança, mas o inquérito sobre a morte do detetive apontou
latrocínio e descartou a participação dos assaltantes degolados.
Já o relatório da ouvidoria afirma, baseado em denúncias de um
informante, que os assaltantes foram mortos por policiais civis, em
represália à morte do detetive.
Texto Anterior: Ofício tentou dissolver grupo de agentes Próximo Texto: Rapaz é retirado de casa e desaparece Índice
|