São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004

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TRANSPORTE COLETIVO

Promessa para até o fim do ano foi feita em publicação da prefeitura; só mais um será entregue em 2004

Meta de chegar a 93 terminais pára em 23

DA REPORTAGEM LOCAL

Publicação oficial da Prefeitura de São Paulo, datada de julho de 2003 e distribuída inclusive com tradução em inglês, previa a existência de 93 terminais de ônibus na capital paulista e 325 estações de transferência (estruturas menores onde os passageiros podem realizar as baldeações) em 2004.
Mas a capital paulista tem hoje somente 23 terminais (mais um será inaugurado até dezembro), dos quais somente 9 novos, e 50 estações de transferência -15% da quantidade prometida.
A redução drástica na realização dessas obras pode até ter explicações técnicas, mas também ajuda a evitar novos gastos com a manutenção, a operação e a fiscalização desses equipamentos de baldeação, cuja responsabilidade, prevista no edital de licitação lançado no final de 2002, seria das empresas de ônibus.
A justificativa oficial da prefeitura é que a implantação do bilhete único, em maio deste ano, retirou a necessidade de tantos terminais de ônibus, já que os passageiros podem fazer baldeações livres e gratuitas -no intervalo de duas horas, pagando uma só tarifa de R$ 1,70- em qualquer ponto da capital paulista, sem precisar se deslocar até um terminal.
Em julho de 2003, porém, quando os 93 terminais foram anunciados pela publicação oficial da administração Marta Suplicy (PT), já havia a previsão de implantação do cartão eletrônico.
A publicação, que incluiu em sua introdução textos da própria prefeita e do ex-secretário municipal dos Transportes Jilmar Tatto, lembrava que os terminais também seriam importantes para facilitar a integração com outras modalidades de transporte coletivo, como trens e metrô.
"Os terminais foram projetados para que o usuário faça os transbordos com a garantia de estar protegido por seguranças e câmeras de vigilância e de ter à disposição painéis eletrônicos com dados sobre os trajetos", dizia a publicação da prefeitura.
A gestão Marta Suplicy afirma agora que estão previstos somente mais 21 novas estruturas desse tipo, a serem construídas a partir do ano que vem.
A assessoria de imprensa justifica ainda os atrasos na construção desses terminais e das mais de 300 estações de transferência prometidas aos atrasos na liberação de empréstimos do BNDES na gestão Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. Em julho de 2003, entretanto, quando a promessa foi escrita e publicada, era Lula, do PT, quem estava no governo federal. (ALENCAR IZIDORO)


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