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SAÚDE
Estudo nos Estados Unidos detectou perigo de aumento de tromboses em mulheres que fazem terapia de reposição hormonal
Médicos relativizam o risco de hormônios
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não há motivo para alarde entre
mulheres nem para interrupções
de terapias de reposição hormonal (TRH) já em andamento por
conta do estudo, divulgado anteontem, que ligou o tratamento a
um aumento do risco de trombose. Segundo especialistas, o risco é
real, mas é considerado há algum
tempo por ginecologistas e ocorre
principalmente em pacientes com
mais idade ou antecedentes pessoais que apontem probabilidade
de apresentar o problema.
O estudo, chamado Iniciativa de
Saúde das Mulheres, indicou que
mulheres que tomam estrógeno e
progesterona na dose antes considerada usual tinham um risco dobrado de ter coágulos venosos,
que podem se descolar, chegar
aos pulmões e causar morte.
A pesquisa envolveu mais de
16,5 mil mulheres de 50 a 79 anos
de 1993 a 1998, nos EUA. "Só que a
dose estudada é mais ou menos o
dobro da que usamos hoje", diz o
presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia), Edmund Chada Baracat.
Segundo César Eduardo Fernandes, presidente do Conselho
Científico da Sobrac (Sociedade
Brasileira do Climatério), mulheres obesas, diabéticas, fumantes,
com casos de tromboembolismo
na família ou níveis sangüíneos de
triglicérides aumentados têm
maior risco de desenvolver trombose. "Mulheres com mais idade
também apresentam maior risco." Mas, segundo Fernandes, o
risco (maior nos primeiros meses
de TRH) pode ser minimizado
pela redução de doses. "A TRH é
tão arriscada quanto tomar pílulas anticoncepcionais."
Especialistas também destacaram que o estudo foi feito com
mulheres que tinham em média
63,5 anos, portanto com idade superior àquela com que mulheres
normalmente iniciam a TRH.
"Quando a mulher entra na menopausa e já começa a tomar hormônios, o risco é sempre menor.
A mulher mais velha já não está
mais acostumada aos hormônios
e o corpo estranha a substância",
diz Geraldo Rodrigues, professor
do Departamento de Ginecologia
da Escola Paulista de Medicina.
Segundo ele, os médicos hoje
avaliam os riscos e contam com
muitas alternativas à TRH tradicional, como o uso de litoestrogênios (estrogênios vegetais comprimidos) e até antidepressivos.
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