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SEXO PAGO
PF montará cadastro de aliciadores no Brasil
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA
O ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) lançou ontem em
Goiânia a Campanha de Combate
ao Tráfico Internacional de Seres
Humanos, em conjunto com o
Unodc (Escritório das Nações
Unidas contra Drogas e Crime).
Alvos da campanha, mulheres
entre 18 e 35 anos que estiverem
tirando passaporte vão receber
uma filipeta com explicações sobre o crime e, caso tenham sido
aliciadas e estejam em outro país,
sobre como proceder para voltar.
A Polícia Federal deve coordenar um banco de dados de casos
de aliciamento, das redes e dos
perfis das vítimas e dos aliciadores, segundo a secretária nacional
da Justiça, Cláudia Chagas.
O ministro anunciou ainda que
o Brasil pretende fazer tratados de
cooperação em matéria de processo penal e de combate ao crime
com 50 países até o fim de 2006.
A campanha começará por
Goiás e Ceará, onde o número de
mulheres enviadas para o exterior
é maior, além de São Paulo e Rio
de Janeiro, principais pontos de
saída do país, via aeroportos.
"Além do rádio [propaganda], a
gente vai trabalhar nos aeroportos com avisos, banners e cartazes
nas superintendências das Polícia
Federal", diz Cláudia.
Segundo a secretária, o tratamento dado aos aliciadores será
de "máximo rigor". "A idéia é
preparar o Estado para investigar
melhor. Esse é um crime muito ligado a organizações criminosas,
e, geralmente, transnacional. A
gente quer estruturar todo o sistema criminal no país e não só trabalhar com a prevenção."
Segundo a ONU (Organização
das Nações Unidas), o tráfico de
pessoas para prostituição é uma
das atividades mais lucrativas do
crime organizado, movimentando cerca de US$ 9 bilhões no
mundo. No Brasil, foram identificadas mais de 150 rotas.
Um diagnóstico sobre o tema
feito pelo consultor e professor da
Universidade Federal do Ceará
Marcos Colares serviu de base para a campanha. Divulgado pelo
Ministério da Justiça e pelo
Unodc, em maio, o trabalho mostra Goiás como o principal ponto
de partida de mulheres para o exterior para prostituição.
De janeiro a setembro de 2004, a
Polícia Federal do Estado prendeu cinco pessoas sob a acusação
de aliciar goianas para se prostituírem na Europa. De acordo com
o mapeamento da Assessoria Para Assuntos Internacionais de
Goiás, a Espanha é o principal
destino delas, seguida por Portugal, Itália, Suíça e França.
Somente neste ano, 250 goianas
foram deportadas da Espanha.
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