São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2006

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Prefeitura de SP interdita loja da Ferrari

Raimundo Paccó/Folha Imagem
Bloco de concreto na concessionária na avenida Europa, onde o modelo Ferrari mais barato à venda custa R$ R$ 1,250 milhão


Área construída da concessionária, a única da marca no país, está acima do permitido, segundo Secretaria das Subprefeituras

Foram colocados blocos de concreto, de uma tonelada cada, em 2 das 3 portas do estabelecimento para impedir a venda de carros

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo interditou ontem a única concessionária de automóveis Ferrari no Brasil, localizada no Jardim Europa (zona oeste da cidade). Segundo a gestão Gilberto Kassab (PFL), a área construída da loja está acima do permitido.
Em duas das três portas do estabelecimento foram colocados blocos de concreto, de uma tonelada cada, para impedir a comercialização de carros. Uma saída foi deixada livre para os funcionários.
No momento da interdição, estavam expostos oito Ferrari e duas Maserati. O modelo Ferrari mais barato custa R$ 1,250 milhão.
A Secretaria das Subprefeituras afirma que o local permanecerá lacrado até que o problema seja resolvido.
Como estava com a área construída acima do permitido, a concessionária não tinha alvará de funcionamento. A loja funcionava por meio de uma liminar, enquanto a Secretaria de Habitação analisava o pedido de regularização. Em 2004, o estabelecimento já havia sido interditado.
A pasta indeferiu -isto é, negou- a solicitação, e a autorização provisória perdeu o efeito.
A queda da liminar ocorreu "há alguns meses", de acordo com o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo. A pasta não havia informado até o fechamento desta edição quando isso ocorreu nem precisou qual o excesso de área construída do estabelecimento.
Segundo Matarazzo, mesmo sem a autorização, a loja continuou a funcionar e, por isso, a prefeitura lacrou o local com os blocos. Também foi aplicada uma multa de R$ 84 mil.
A operação, que ocorreu na tarde de ontem, durou cerca de uma hora. Um trator e um caminhão foram usados na ação, o que chamou a atenção dos motoristas e causou congestionamento na avenida Europa.
"Precisamos disciplinar a região", disse Matarazzo. "Não podemos permitir o funcionamento de locais irregulares."
A prefeitura divulgou no final de agosto um levantamento que apontou que 53% dos imóveis da avenida Europa (onde está a Ferrari) e da rua Colômbia, ambas no Jardim Europa, estão em situação irregular. Na área predominam as concessionárias de automóveis de luxo e motocicletas importadas, embora o bairro seja residencial.
Na avenida Europa, 28 dos 54 estabelecimentos comerciais já sofreram algum tipo de ação fiscal. Já na rua Colômbia, apresentaram irregularidade 10 dos 17 imóveis comerciais. (FÁBIO TAKAHASHI)


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