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Empregado frauda fiscalização da tele
da Reportagem Local
A Folha acompanhou a atuação
de dois homens que disseram trabalhar para um "gato" da empreiteira CCO -uma das autorizadas
pela Telefônica a fazer instalação
e manutenção de telefones.
Eles não quiseram ser identificados -serão chamados por nomes fictícios: Alexandre e Fábio.
No período de duas horas, instalaram três linhas. Não estavam
uniformizados e não usaram
equipamentos básicos de segurança, como capacete e cinto.
Quando foi abrir um armário,
Alexandre, que esquecera a chave
de fenda, usou a do próprio carro.
Desde o começo da semana, eles
definiram uma maneira de escapar da fiscalização da Telefônica.
"A gente acaba o serviço e precisa colocar o cliente para responder por telefone às perguntas de
uma atendente", conta Fábio.
Perguntam se eles estão bem
vestidos, se fizeram o serviço corretamente e se pediram caixinha.
Quem faz o papel do cliente nessa hora é o outro instalador.
"Quando eu instalo, coloco o Fábio para inventar um nome e responder", diz Alexandre.
Os dois dizem ter sido contratados há dois meses por um "gato"
conhecido como Marins. Não são
registrados, mas possuem crachá,
adesivo e uniforme da CCO.
O preço do serviço é dividido
assim: a CCO paga R$ 15 por instalação para o "gato", que fornece
R$ 2 de comissão a um supervisor
da empresa. Outros R$ 8 são repassados a quem faz o serviço.
Segundo os dois, Marins deixou
a função, e funcionários da própria CCO cumprem esse papel.
O diretor comercial da empreiteira, Clésio do Carmo Barsante,
diz desconhecer o trabalho de
pessoas nessas condições. "Se
houver, está irregular", admite.
(AI)
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