São Paulo, Domingo, 07 de Novembro de 1999
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Empregado frauda fiscalização da tele

da Reportagem Local

A Folha acompanhou a atuação de dois homens que disseram trabalhar para um "gato" da empreiteira CCO -uma das autorizadas pela Telefônica a fazer instalação e manutenção de telefones.
Eles não quiseram ser identificados -serão chamados por nomes fictícios: Alexandre e Fábio.
No período de duas horas, instalaram três linhas. Não estavam uniformizados e não usaram equipamentos básicos de segurança, como capacete e cinto.
Quando foi abrir um armário, Alexandre, que esquecera a chave de fenda, usou a do próprio carro.
Desde o começo da semana, eles definiram uma maneira de escapar da fiscalização da Telefônica.
"A gente acaba o serviço e precisa colocar o cliente para responder por telefone às perguntas de uma atendente", conta Fábio.
Perguntam se eles estão bem vestidos, se fizeram o serviço corretamente e se pediram caixinha.
Quem faz o papel do cliente nessa hora é o outro instalador. "Quando eu instalo, coloco o Fábio para inventar um nome e responder", diz Alexandre.
Os dois dizem ter sido contratados há dois meses por um "gato" conhecido como Marins. Não são registrados, mas possuem crachá, adesivo e uniforme da CCO.
O preço do serviço é dividido assim: a CCO paga R$ 15 por instalação para o "gato", que fornece R$ 2 de comissão a um supervisor da empresa. Outros R$ 8 são repassados a quem faz o serviço.
Segundo os dois, Marins deixou a função, e funcionários da própria CCO cumprem esse papel.
O diretor comercial da empreiteira, Clésio do Carmo Barsante, diz desconhecer o trabalho de pessoas nessas condições. "Se houver, está irregular", admite. (AI)

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