São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2006

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Menino morre após cair de banana boat

O acidente aconteceu no último domingo, em Porto Seguro, litoral sul da Bahia; a cabeça do garoto de 7 anos foi arrancada

Investigação apura se a morte foi causada pela lancha que puxava o barco inflável ou pelo cabo que ligava as duas embarcações


LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O garoto mineiro Lucas Dias de Almeida, de sete anos, teve a cabeça decepada ao cair de um banana boat (barco inflável) em Porto Seguro, litoral sul da Bahia. A morte do menino aconteceu na tarde de domingo na praia de Taperapuã, minutos antes de o barco voltar à areia, e foi presenciada pelos turistas que estavam no local.
Os familiares e responsáveis das cinco crianças e adolescentes que faziam o passeio estavam na beira da praia, fotografando a chegada do grupo. Lucas estava em Porto Seguro com a madrasta. O pai dele estava em uma cidade vizinha.
Além de Lucas, nenhum outro ocupante do banana boat ficou ferido. Dois condutores estavam na lancha que puxava o barco inflável, uma das diversões preferidas pelos turistas que visitam Porto Seguro. Comum nas praias da cidade, o passeio de 20 minutos no banana boat custa R$ 10 por pessoa.
Até as 18h de ontem, soldados do Corpo de Bombeiros e mergulhadores da Marinha ainda não tinham encontrado a cabeça do garoto.

Testemunhas
Testemunhas relataram à Polícia Civil e à Capitania dos Portos que o banana boat virou após fazer a última "manobra radical" -comum nesse tipo de passeio- e minutos antes de voltar à praia.
"Somente o laudo irá apontar se a cabeça do menino foi arrancada pela hélice da lancha ou pelo cabo que ligava a embarcação ao banana boat", disse o tenente André Gomes, agente da Capitania dos Portos.
Preliminarmente, a perícia informou que a hélice teria provocado o acidente. "Mas havia um protetor de hélice na lancha. Então não podemos adiantar nada. Só com o laudo é que saberemos oficialmente o que aconteceu", disse Gomes.
"Foi muito triste tudo o que aconteceu. Os meninos já estavam voltando [para a praia]. Após a manobra, todos se levantaram, menos o Lucas. Ficamos procurando por ele, enxergamos uma grande mancha de sangue e o seu corpo boiando", disse à polícia Joniel Caires, responsável pela excursão que levou parte da família do menino para Porto Seguro.
O tenente Gomes disse que a embarcação que transportava o estudante mineiro estava regularizada. "O barco estava cadastrado, tinha autorização para operar, havia coletes salva-vidas para todos os ocupantes, os condutores são habilitados pela Marinha e a embarcação estava dentro das raias demarcadas."
A Marinha instaurou inquérito administrativo para apurar as causas da morte. A Polícia Civil também investiga o caso.
Ontem, a Capitania dos Portos informou que os dois tripulantes e o proprietário da embarcação, além de outras testemunhas, serão convocados para prestar depoimento. As crianças e adolescentes serão ouvidos como informantes.


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