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Apesar do alerta de legista sobre impacto da imagem, pai quis ver o corpo do garoto
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Mesmo após ter sido alertado
pelo legista do impacto da imagem da cena, o empresário Miranda Gonçalves de Almeida,
pai do garoto Lucas, pediu para
ver o corpo do filho -que teve a
cabeça decapitada.
Miranda estava em Eunápolis, cidade baiana a 65 km de
Porto Seguro, na hora do acidente. Ele ia para Vitória (ES),
onde negociava a compra de
um ônibus para sua empresa de
turismo, que leva passageiros
para Belo Horizonte. Miranda
chegou ao IML de Eunápolis
por volta das 18h de anteontem.
Segundo um de seus filhos,
Rodrigo Nunes Almeida, 26, o
pai está em estado de choque.
O garoto foi enterrado no começo da tarde de ontem em Jacinto, no Vale do Jequitinhonha, norte de Minas Gerais. É a
cidade onde vive a mãe, Marileda. Há seis meses, ele havia se
mudado para Almenara (30 km
de Jacinto) para estudar. Morava com o pai, a mulher deste,
Márcia, e os irmãos por parte
de pai, com os quais convivia
desde os cinco anos.
"Ele veio morar em Almenara porque é uma cidade maior e
com melhores possibilidades
de estudo", disse Rodrigo.
O fato de a família ser evangélica "ajuda a aliviar a dor", diz
ele, mas, mesmo a morte tendo
sido um acidente, ele acredita
que poderia haver "mais prudência" dos exploradores do
banana boat.
"A gente sabe que essas coisas são propósitos de Deus, mas
quem estava lá viu que isso poderia ser evitado se houvesse
mais prudência por parte dos
exploradores do banana boat,
se houvesse proteção na hélice
do barco", disse sobre uma das
hipóteses.
Ele não acredita que a família
vai entrar na Justiça por causa
da morte do garoto. "Creio que
não há essa intenção de nossa
parte."
(PAULO PEIXOTO)
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