São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2006

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entrevista

"A crueldade tem dessas coisas", diz sobrevivente

DA REPORTAGEM LOCAL

A voluntária portuguesa Filipa Figueiredo, 25, não conseguia entender o motivo da violência que, horas antes, havia sofrido em Moçambique. "Não sei, não sei, a crueldade humana tem dessas coisas", disse ela, há dois anos no país. Figueiredo foi uma das sobreviventes ao ataque à missão jesuíta, na qual morreu o padre brasileiro Waldyr dos Santos. "Ele era um pacificador." A seguir, a entrevista dela à Folha, por telefone, de Tete.

 

FOLHA - O que aconteceu?
FILIPA FIGUEIREDO -
Foi de surpresa. Um grupo armado invadiu a casa, conseguiu arrombar a porta. Estava tudo escuro. Quando ouvimos um tiro, fugimos para o mato.

FOLHA - Por que o ataque?
FIGUEIREDO -
Não sei, não sei. A crueldade humana tem dessas coisas. Às vezes nosso trabalho não é bem-vindo.

FOLHA - Você sente medo?
FIGUEIREDO -
Tenho muito medo, fiquei assustada, mas encontrei um consolo grande em Deus. É a minha forma de lidar com isso.

FOLHA - Você está onde agora?
FIGUEIREDO -
Num sítio, com policiais e religiosos, a 15 km da missão.


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